"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
Um recado para o país do meio milhão que ganha menos de 419 euros mensais e para o país do quinto dos trabalhadores que é precário e para o país dos 19, 6% que ganha 505 euros por mês, que vive a pensar no dia-a-dia de em como pôr comida na mesa dos filhos e, agora que vêm aí Setembro, em como comprar os manuais e restante material escolar, que vive a pensar no dia-a-dia da conta da água e da luz e da renda da casa para pagar, esse país que, prudentemente não se precaveu, não fez um pé-de-meia a pensar no futuro. Ignorantes e mal governados.
Vejo na televisão as imagens de um incêndio em Chaves ao mesmo tempo que o repórter em voz-off vai informando que os bombeiros não tiveram descanso durante toda a noite a deixar arder pinhal porque a prioridade é proteger pessoas e bens e depois se ainda houver forças e água e pinhal logo se vê. Logo depois entra a entrevista a um dos defendidos pelos bombeiros durante a noite: “infelizmente temos pinhal por todo o lado”. Por estas horas já deve estar mais “felizmente”, já só há casas. Se isto não é o mundo ao contrário…