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DER TERRORIST

"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.

|| Os maquiavélicos da CGTP

por josé simões, em 19.01.12

 

 

 

Ontem Torres Couto, assim uma espécie de Jaime Neves com o dom da palavra a quem o PS e o PSD deitaram mão para inventar um central sindical com quem negociar, dizia, a Ana Lourenço na SIC Notícias, que só tinha brindado com vinho do Porto com Cavaco Silva porque tinha recebido a promessa do então primeiro-ministro de dotar a Procuradoria-geral da República dos meios necessários para travar o combate à corrupção. Não explicou foi o que é que uma coisa, o código do trabalho, tem a ver com a outra, o combate à corrupção, e está-lhe a Pátria eternamente grata porque, desde então, a corrupção foi irradiada do sistema e de tal coisa nunca mais se ouviu falar a não ser em Itália, Angola e outros países assim atrasados, e nos livros de História de Portugal, aU. [antes da UGT].

 

Hoje João Proença, o sucessor que não gosta de vinho do Porto mas que brinda na mesma só que com o cálice vazio, vem dizer que a UGT só assinou o acordo porque a CGTP lhe pediu, se calhar com as necessárias palavrinhas mágicas se faxa vor e ele, como é bem mandado, obedeceu. Caiu na esparrela e agora a CGTP e os comunistas e os bloquistas e todos os outros do reviralho que não se encaixam em nenhuma destas categorias, já têm argumentação para mergulhar o país no caos e na anarquia, arrasar a economia e quiçá destruir os instrumentos de produção.

 

O ponto comum, o Diabo a rondar a cruz das vítimas da fome e dos famélicos da terra, é a CGTP. Se Torres Couto tem ido na conversa da Intersindical tínhamos hoje um problema e éramos assim uma espécie de filme do Francis Ford Coppola ou do Martin Scorsese na vida real e à dimensão de uma nação. Se João Proença tem só metade da perspicácia de Torres Couto não andávamos já aqui hoje a recapitular coisas de que já ninguém se lembrava desde os tempos da escola, como corveia, banalidade, capitação, mão morta, albermagem, tostão de Pedro e um graaaaande etc.

 

O formariage ainda não está em cima da mesa da concertação social mas, pelo historial e pelo caminho que a coisa leva, os maquiavélicos da CGTP são bem homens para isso. Para isso e para muito mais.

 

 

 

 

 

 

Chicote neles! (II)

por josé simões, em 21.07.07

Afinal parece que os “nossos” queridos patrões não querem vir a poder despedir ninguém por motivos políticos ou ideológicos. “” (!) querem que a legislação seja alterada, de modo a que a norma que obriga à reintegração do trabalhador despedido de modo ilícito, acabe. Por outras palavras, em português “das fábricas” e “das empresas”, querem poder despedir sem justa causa. Ou seja, o termo é tão vasto que abrange o político e o ideológico, apesar de não ser essa a sua intenção; dizem e juram a pés juntos: por quem nos tomam!? Por amor de Deus!

Ah! E também querem outra coisa de somenos; e como já o disseram pelo menos duas vezes e em ocasiões diferentes, não há forma de o virem a negar: restringir o direito à greve, e retirar aos sindicatos o exclusivo da capacidade para negociar os contratos colectivos. A UGT de Torres Couto de cálice de Vinho do Porto erguido a brindar com Cavaco Silva primeiro-ministro acabou, – para infelicidade dos patrões -, enredada nos escândalos dos Fundos Comunitários para a Formação. A UGT de João Proença vai servindo os intentos, mas pelos vistos não o suficiente. Talvez o homem seja demasiado esquerdista…

Até estou a ver com quem os patrões gostariam de negociar a contratação colectiva. Arranjam-se por aí uns quantos daqueles personagens asquerosos que pululam em todas as fábricas, e de que nenhum trabalhador digno do nome gosta, e que dão pela alcunha de engraxadores-bufos-lambe-botas e está o contrato assinado.

 

Quanto melhor conheço os patrões portugueses, mais invejo quem trabalha por conta própria.

 

Post-Scriptum: Este é um tema em que me sinto particularmente à-vontade para falar porque não sou sindicalizado. Tentei a CGTP, mas exclui por motivos ideológicos. Equacionei a UGT e acabei por também excluir, no meu entender, por motivos ainda mais graves: éticos e “sentimento”de classe.