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DER TERRORIST

"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.

Burn, Baby, Burn!

por josé simões, em 14.07.22

 

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A Quinta do Lago a arder, um pinhal cuidado e ordenado, atapetado a relva e salpicado aqui e ali por palmeiras e mais um campo de golfe, era uma boa oportunidade, pelos vistos perdida, para entrevistar alguns condóminos que andam há décadas a falar-nos nas virtudes do eucaliptal ordenado, para entregar o ordenamento florestal da Quinta a uma celulose, como também defendem os mesmos residentes nos media desde sempre, ou ambas?

 

[Link na imagem "A plane flies over a wildfire in Ourem, Santarem district, Portugal, July 12. Reuters/ Rodrigo Antunes]

 

 

 

 

Contaminado pela ideologia

por josé simões, em 19.11.18

 

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Quando Diogo da Silveira, presidente da Celpa e CEO da Navigator, sai do silêncio [sic] para vir proclamar que "a ideologia tem contaminado o debate sobre a floresta" não se está a referir à ideologia que, sem qualquer debate, disse às pessoas que o eucalipto era o "petróleo verde" e que era possível enriquecer rapidamente e com um mínimo de trabalho desde que as espécies nativas fossem substituídas por esse maná nascido do chão por cima de toda a folha, caduca ou permanente, e sem qualquer preocupação ambiental, climática, ou sustentabilidade ecológica, e com a cumplicidade do poder político-autárquico nas alterações e atropelos ás Reservas Agrícola e Ecológica Nacional, ou está?

 

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Post-scriptum: Todos nos recordamos dos académicos e dos estudos científicos que não só nos garantiam que o tabaco não matava como alguns até afiançavam que era bom para a saúde.

 

 

 

 

E o juiz não ter citado a Bíblia no acordão já é um avanço civilizacional

por josé simões, em 29.03.18

 

 

 

[...] a empresa de celulose situada em Vila Velha de Ródão (distrito de Castelo Branco) recorreu judicialmente dos dois processos já decididos administrativamente, sendo que num deles lhe foi aplicada uma coima de 12.500 euros e no outro, ainda a aguardar decisão do Tribunal, de 48.000 euros.

 

No caso da coima de 12.500 euros, o Tribunal reduziu esse valor para 6.000 euros "e decidiu substituir o pagamento da coima por uma admoestação, ou seja, por uma repreensão escrita.

 

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"Não faz sentido estar a demonizar o eucalipto"

por josé simões, em 29.06.17

 

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O problema do eucalipto é o minifúndio, principalmente, e por razões históricas, aprendia-se dantes na escola, a norte do rio Mondego. E depois meteram na cabeça das pessoas que podiam ficar ricas à conta do "petróleo verde", era só plantar, esperar que crescesse, chamar o lenhador e meter o dinheiro ao bolso. E agora temos um problema. Um problema de florestas cerradas em guarda de honra a estradas nacionais e municipais. Tão cerradas que nem os comandos lá conseguem entrar. Tão cerradas que eram bem capazes de servir como cenário a uma remake de Apocalipse Now. Portanto, e mais uma vez e outra vez e as vezes que forem necessárias, Pedro Passos Coelho é desonesto, não é defeito é feitio, quando diz que a floresta de eucalipto é a que arde menos e aquela onde o fogo se apaga com maior facilidade, a menos que ideia seja entregar todo o território nacional às celuloses, processo interrompido com a saída de Assunção Cristas do ministério da Agricultura e de Pires de Lima do ministério da Economia.

 

Entre o diabolizar o FMI, o Diabo que vem e o demónio no eucalipto, lá vai ele cantando e rindo.

 

[Na imagem um troço da EM 621 entre Vale de Cambra e o alto da Serra da Freita]

 

 

 

 

Porquê?

por josé simões, em 19.06.17

 

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Porque é que andamos há décadas a massificar a floresta de eucalipto - o "ouro verde" como alguém um dia teve o desplante de a baptizar, destruindo a Reserva Ecológica Nacional, reduzindo a Reserva Agrícola Nacional - património natural e ambiental comum, fomentando a desertificação e os desequilíbrios ecológicos em nome do crescimento económico e da criação de riqueza? Para quem e para quantos?

 

Porque é que andamos há décadas a apostar e promover a indústria das celuloses - que se alimenta da massificação do eucalipto, em nome da criação de emprego - quantos, alguém já se dedicou a esta contabilidade? Em nome da criação de riqueza - Para quem e para quantos, alguém já efectuou este balanço? Em nome do crescimento económico - compensa ao Estado o investimento do dinheiro dos impostos dos contribuintes na indústria dos incêndios para garantir recheadas as contas bancárias dos accionistas e patrões das celuloses e dos industriais do eucalipto? Compensa em vidas humanas perdidas e famílias destruídas?

 

Porquê?

 

 

 

 

||| Palavras para quê? É um industrial português e só usa parlapiet manhoso

por josé simões, em 08.09.15

 

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A liberalização do eucalipto levada a cabo pelo CDS, pelas mãos de Assunção Cristas em parceira com Pires de Lima, não foi suficiente [7 posts para recapitular, aqui]. Nunca seria suficiente porque a voragem depredadora dos recursos naturais comuns não tem limites. E limites tem o território nacional, que já não é do Minho a Timor. Limites tem o território nacional mesmo valendo tudo, por cima de toda a folha, persistente ou caduca. Mas é mais forte do que ele e lá teve de mandar umas bocas para se armar ao pingarelho. Não foi para Moçambique porque nos territórios ultramarinos encontra a dimensão territorial que lhe falta na Metrópole. Não. Não foi para Moçambique porque, malgrado a desvalorização do factor trabalho levada a cabo pelo Governo que não tem um modelo de baixos salários para o país, nos territórios ultramarinos a mão-de-obre continua a ser muito mais barata e por consequência a mais-valia muito maior. Não foi para Moçambique porque, malgrado a revisão do Código do Trabalho, levada a cabo pelo Governo PSD/ CDS com o aval da UGT, as leis laborais nos territórios ultramarinos são praticamente inexistentes assim como inexistente é o movimento sindical. Não foi para Moçambique porque "existe uma grande apetência por celulose na Índia e noutros mercados asiáticos", mesmo ali ao lado, diminuindo com isto os custos com os transportes. Não. Foi para Moçambique porque foi empurrado para fora de Portugal pelas preocupações ambientalistas e de ordenamento do território. Deixou de investir em Portugal se bem que nunca ninguém tenha feito o deve e o haver das promessas de investimento, do investimento efectivamente concretizado, dos postos de trabalho, directos ou indirectos, criados, comparativamente com as mais-valias arrecadadas, isenções fiscais incluídas.


Palavras para quê? É um industrial português e só usa parlapiet manhoso.


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||| Diz que é da seca extrema

por josé simões, em 11.08.15

 

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Assunção Cristas liberalizou o eucalipto, por cima de toda a folha, caduca e persistente. Pires de Lima trouxe a mais-valia para as celuloses, que da criação de emprego ninguém deu por ele. O país está a arder, mais do que é costume. Diz que é da seca extrema. Obrigado CDS.


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||| O modelo de desenvolvimento económico do “por cima de toda a folha”, caduca ou persistente

por josé simões, em 19.05.15

 

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De uma coisa ninguém pode acusar o CDS, que é a de não ter um modelo de "desenvolvimento" económico para o país. Ou quando Pires 'soldado disciplinado' de Lima, pelo S. Martinho de 2013, anunciou no Parlamento investimentos na ordem dos 150 milhões de euros, 120 milhões pela Portucel e 26 milhões pela AMS Goma Camps, pensavam que os castanheiros iam ficar en su sitio, a dar castanhas para acompanhar a água-pé, e que os eucaliptos vinham por mar, importados em porões de navios, ou que, pelo contrário, se iria liberalizar a plantação do eucalipto e assistir à eucaliptização do país, do Minho ao Algarve?


O ambiente, a biodiversidade e o ordenamento do território têm de ficar para depois que a prioridade é fomentar a desertificação do terrirtório e desertificação humana e aumentar a mais-valia aos accionistas é tirar o país da crise e criar emprego. Os incêndios ficam por conta do Orçamento do Estado que por sua vez fica por conta do bolso do contribuinte.


Adenda: Há dados relativos ao emprego criado pelo investimento de 150 milhões de euros por parte das empresas de celulose? Há dados sobre qual a percentagem da riqueza criada por esse investimento de 150 milhões de euros que foi aplicada novamente na economia e sobre qual a percentagem que foi distribuída pelos accionistas?


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||| Quando o lobby não é lobby mas Governo

por josé simões, em 25.01.14

 

 

 

As chamas vão continuar a consumir hectares de floresta; o combate às chamas vai continuar a sair do bolso dos contribuintes, para gáudio dis combatentes privados e luto dos combatentes públicos; o combate à desertificação do território, num futuro próximo, também vai sair do bolso do suspeito do costume – o contribuinte; as vidas humanas e a miséria do dia seguinte ficam a cargo dos mesmos de sempre – os que já pagam o combate às chamas e vão pagar a guerra contra a desertificação do território; a biodiversidade fica por conta dos contribuintes das gerações futuras [onde é que eu já ouvi isto?]; as televisões vão ganhar shares de audiência, assim que mudarmos para a hora de Verão, com directos do local do crime e bate-papos da treta com especialistas da tanga; o lucro, esse, já se sabe para quem fica, porque o crime compensa e está consagrado em papel de Lei e tudo. É toda uma indústria à roda do património natural, comum a milhões para benefício de algumas dezenas.

 

«Eucaliptos dominam pedidos ao abrigo da nova lei de arborização»

 

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Adenda: A ministra do CDS já tinha avisado o que o ministro do CDS posteriormente confirmou. Neste momento o verdadeiro lobby é fazer pressão sobre o Governo do lobby.