"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
Três meses depois, no dia 3 de Setembro, notou-se logo a diferença. Chegado de Interrail a Cerbère, na fronteira de França com Espanha, passei pelo corredor que dizia "C. E. E.", de passaporte na mão, sem parar e sem que os gendarmes me revistassem a mochila, me perguntassem ao que ia e quanto dinheiro levava, deixando para trás, no corredor dos “Non-communauté”, imigrantes marroquinos e outros desgraçados africanos, de regresso ao trabalho em França e até então meus companheiros de viagem desde Madrid. Já era europeu, para eles Cerbère era literalmente Cerbère.