"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
Desde 2019, se excluirmos a fase do pontapé-na-bola nas televisões, a insultar, ameaçar, perseguir toda a gente, que vão para a terra deles, que sejam confinados, que sejam castrados quimicamente, que tenham bens confiscados antes de julgamento, que sejam proibidos de aceder aos serviços sociais do Estado, nas televisões a chorar baba e ranho porque a todo o lado a que vá é insultado, ameaçado, perseguido, tipo uma nuvem sempre a chover por cima da cabeça como nos filmes de desenhos animados.
Nuno Melo, o corno.
Líder de um partido morto e enterrado por Rui Rio, ressuscitado com dois deputados por favor por Luís Montenegro que anda a dar facadas no matrimónio com Rui Rocha do Ilusão Liberal. Eu é que sou o homem lá da casa, o nosso casamento é que é o legítimo. "Lá em casa manda ela mas nela mando eu". #Cuckold.
Deportações de estrangeiros, indocumentados e sem autorização de residência, sempre as houve, todos os governos as fizeram, a novidade é serem publicitadas e celebradas, usadas como arma de propaganda em campanha eleitoral. Daqui para a frente vai ser sempre a descer, quando a direita alegadamente do "sentido de Estado" começa a dizer em público e em voz alta aquilo que só se atrevia a pensar baixinho e em privado.
- Luís Montenegro & Miguel Albuquerque, dois desgraçados que não têm onde cair mortos, dois medíocres que não sabem fazer mais nada que governar a vidinha à sombra da política;
- Rui Rio matou e enterrou o CDS, Luís Montenegro desenterrou o ressuscitou. E isto explica a ternura de dois matarruanos - Nuno Melo & Paulo Núncio, e de um pateta com gravatas de marca - João Almeida, para com o alegado primeiro-ministro.
Lembram-se de quando eles andavam pelos blogues a escrever que era necessária uma administração pública profissional, de carreira, independente de nomeações políticas, como acontece em Inglaterra? Foram depois cooptados para o governo da troika de Passos Coelho e Paulo Portas como "técnicos" e "especialistas", do quê, isso também não interessa nada, ganharam currículo, foram colocados em sectores chaves da administração pública. Regressaram outra vez com o governo do ex-líder da bancada parlamentar que suportava o governo que lhes deu currículo. A saga das nomeações contínuas, continua, até porque o PS colonizava, colonizou, coloniza o aparelho do Estado. Há sempre papalvos para engolir o que lhes metem à frente.
Luís Montenegro conhece a letra do Impressões Digitais dos GNR, "Sinto-me uma fotocópia prefiro o original, Edição revista e aumentada cordão umbilical"?
Primeiro acabar com a manifestação de interesse. As filas para a regularização deixaram de ser visíveis nas portas dos serviços de estrangeiros e lojas de cidadão, a tal "visibilidade" papagueada por Montenegro. Mas os migrantes continuam cá, agora clandestinos, "por no llevar papel", sem contrato de trabalho, tudo apalavrado com empreiteiros e patrões sem escrúpulos, sem casa, sem segurança social, abrangidos pelo contrato colectivo do medo, "correr es mi destino para burlar la ley". A seguir vedar o acesso aos cuidados de saúde gratuitos e universais, só deveres, trabalhar, muito, em empregos de merda que mais ninguém quer, mal pagos, nenhuns direitos a não ser o direito a passar mal. Estava escrito, as notícias eram curiosas, diria mesmo muito curiosas.
Alguém devia dizer a Luís Montenegro, por exemplo Marcelo II, O Velhaco, e ao grupo de incompetentes por si nomeados para os diversos ministérios, que os poucos portugueses que neles votaram fizeram-no com a ideia de que resolvam problemas e apresentem soluções, de preferência com rapidez e em tempo útil, não foi para se andarem permanentemente a queixar do que herdaram e a escudar com o Governo anterior. O Governo com o maior número de incompetentes por m2 na história da democracia também é o Governo com o maior número de Calimeros.
Todos os dias aparece um ministro ou um secretário de Estado numa televisão a anunciar alguma medida que vai resolver um problema qualquer na vida do cidadão, uma negociação concluída para entrar em vigor, a prestações, ao logo dos próximos anos, um projecto aprovado que vai estar concluído daqui por uma década, um processo de intenções apresentado como um dado adquirido. No tempo do governo anterior isto era propaganda socialista, e nem sequer tinha esta dimensão, nem de longe nem de perto, agora é "o Governo em movimento".
Interessante seria saber quantos dos abrangidos por esta medida, ou que a breve prazo venham a levar com ela em cima, são eleitores do partido da taberna, pela cruz no boletim de voto, ou por terem ficado em casa no dia das eleições. "É tudo uma cambada de ladrões!", "Querem é todos tacho!", "É tudo a mesma merda!", "A minha política é o trabalho!". Os malandros, manhosos, calaceiros do subsídio de desemprego, que ali se deixam ficar, porque sim e não por um azar da vida, que usufruem duma benesse do Estado, do nosso dinheiro, e não porque descontaram para isso, para o caso de se verem nesta situação. Quem vai procurar activamente emprego com o[s] filho[s] ao colo, o Governo que opta pelo mais fácil - cortar, ao invés de cumprir a sua função - responder às carências das populações, a infância roubada pela ausência de interacção com os outros da mesma idade.
O ódio da direita aos pobres na arte de conseguir com que os menos pobres achem esta uma medida justa e racional.
Da primeira vez era só ignorância e desconhecimento do funcionamento dos Parlamentos nas democracias parlamentares constitucionais, daí a confusão naquelas cabecinhas quando o primeiro dos últimos, o Partido Socialista, o partido que ficou em segundo lugar nas eleições, ter formado uma 'geringonça' e constituído Governo.
Da segunda vez, aprendida a lição dada pela esquerda sobre o funcionamento das democracias parlamentares constitucionais, e uma vez que não são burros, nem pouco mais ou menos, é só má-fé e desonestidade. Chamar "coligação negativa" a partidos com assento parlamentar que se limitam a cumprir o que consta no programa com que se apresentaram a votos. Eles, useiros e vezeiros que são em prometer uma coisa em campanha eleitoral e fazer exactamente o seu contrário uma vez alçados ao poder, Deve ser complicado encaixar.
50 anos do 25 de Abril e continuam as interpretações sui generis da direita sobre o funcionamento da casa da democracia.
Nos idos do fascismo estava fundeada entre os rios Sado e Tejo uma fragata da Marinha - D. Fernando e Glória, onde eram enfiados os órfãos e outros gandins menores avulso, apanhados nas ruas na mendigagem e pequenos delitos, a maioria dos quais para matar a fome. "Para aprenderem a ser homens". "Os meninos da fragata". Cresci a ouvir a avó Ilda dizer "portas-te mal, vais para a fragata", e já não havia fragata nesse tempo. Nos 50 anos do 25 de Abril esta ideia recuperada pelo partido que mais fascistas acolheu no pós revolução - CDS, e sublinhada pelo partido que herdou a estrutura da União Nacional e que mais quadros e militantes de base dá ao Chega, um pormenor que diz muito da "evolução" da direita, alegadamente democrática.
Num feliz resumo do curriculum vitae, o comissário marcelista para o Dia da Raça em Portalegre, "rapidamente construiu uma rede de contactos e de amizades", e uma nulidade política sem substância foi insuflada, insuflada, insuflada, até encher um ecrã de televisão. Agora é fé que a forma produza resultados contados em votos. O grau zero da política.
No país de Marcelo, com um ele, nomeado em homenagem a Marcello, o dos dois eles, ao domingo e em horário nobre, dois ex líderes dos dois partidos que constituem o Governo, explicam à bovinidade a bondade das políticas governativas.
Paulo Núncio fez saber a honra que o enche ter sido "hoje eleito Líder do Grupo Parlamentar" do CDS/ PP, grupo parlamentar constituído por dois deputados, ele próprio e o líder, o líder que daqui a nada vai sair para ocupar uma pasta no Governo, sendo substituído pelo nome a seguir na lista que foi a votos no passado dia 10 de Março, sendo que o deputado que vai integrar o grupo parlamentar em substituição do líder não foi tido nem achado na escolha da liderança. Fazemos votos que pelo menos a eleição tenha sido por voto secreto.
Estado securitário? Xenofobia? Estigmatização do outro? Insegurança induzida? Referendo ao aborto? Direitos das mulheres? Saúde Pública? Mentira atrás de mentira na campanha eleitoral? O dia em que os imbecis climáticos vieram em socorro dos trogloditas da AD: