"a realidade tira o tapete à ideologia", capítulo IV
"a realidade tira o tapete à ideologia"
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"a realidade tira o tapete à ideologia"
Aquele senhor que passou quase 5 anos de uma legislatura a tentar meter desempregados contra trabalhadores no activo - os direitos adquiridos, e a meter desempregados, principalmente os jovens, contra reformados e pensionistas - não descontaram para receber o que recebem, alguns deles a suportarem com as magras reformas filhos e netos no desemprego, vítimas do "ajustamento, fala agora em "maior coesão geracional". Não podemos diabolizar os reformados depois do "não podemos diabolizar o FMI" e do "não podemos diabolizar o eucalipto".
Aquele senhor que mais desigualdades e miséria provocou em 5 anos de governação reduzindo o debate à despesa do Estado e às "gorduras do Estado", gerindo o Estado na lógica de quem gere uma família, cortando a eito subsídios e comparticipações numa altura em que as pessoas mais deles precisavam diz agora que "não podemos reduzir o debate à despesa do Estado".
Aquele senhor que publicamente lamentou que durante os quase 5 anos de duração da sua legislatura a única reforma que ficou por fazer foi a da redução dos custos do trabalho lamenta agora que em Portugal só uma percentagem reduzida da população pague IRS.
Aquele senhor que durante quase 5 anos de legislatura reduziu o subsídio de desemprego - nos montantes a pagar e na sua duração temporal, e que quase eliminou o RSI, aparece agora preocupado com a necessidade de definir um "patamar mínimo para a sobrevivência".
Aquele senhor que fez a "reforma da Saúde" cortando salários, aumentando a carga horária dos profissionais, pagando o máximo a empresas de trabalho temporário para contratarem pelo mínimo e atribuindo competências a empresas privadas, Misericórdias e IPSS; aquele senhor que fez a "reforma da Educação" congelando salários e progressões nas carreiras, congelando contratações e aumentando o número de alunos por turma, reduzindo verbas no ensino público enquanto atribuía competências a colégios privados em duplicação de oferta nas áreas cobertas pelo Estado; aquele senhor cujo vice-primeiro-ministro apresentou um "Guião Para A Reforma do Estado" com meia dúzia de generalidades e banalidades em meia dúzia de folhas A4 em Times New Roman tamanho 24 diz que agora "não se discutem reformas".
"a realidade tira o tapete à ideologia"
É nos dias que correm o argumento dos argumentos invocado pela direita radical quando não tem argumento: a liberdade de expressão contra a censura e o silêncio.
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"a realidade tira o tapete à ideologia" [via]
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Ainda não foi assim há tanto tempo que Cavaco Silva presidiu uma legislatura à cegueira ideológica da direita radical no desmantelamento do Estado social em favor de obscuros interesses privados, com a realidade a tirar-lhes o tapete debaixo dos pés todos os dias e todos os dias as metas ajustadas para encaixarem na realidade que não se compadecia com ideologias, e posteriores manobras de diversão, cego pelo radicalismo ideológico, a adiar a realidade da solução governativa que tinha pela frente, com chamadas ridículas, para ser simpático, ao Palácio de Belém, desde o Corpo Nacional de Escutas à Confraria do Bacalhau. Esta meia dúzia de linhas gastas com a espinha que o personagem tem atravessada na garganta já foi demasiado tempo perdido.
[Imagem de autor desconhecido]
Que o actual Governo está a "empurrar o país para o passado" significa que o anterior Governo empurrou o país para o futuro;
Que o actual Governo está empenhado em reverter as reformas que o anterior Governo fez e que isso também é voltar ao passado;
Que embaratecer os custos do trabalho e ainda vir a público gabar-se de não ter sido suficiente;
Que aumentar os dias de trabalho por via da retirada de dias ao descanso;
Que desequilibrar as relações laborais em favor da rigidez patronal com a aprovação de um novo Código do Trabalho com a da UGT;
cumplicidadeQue aumentar taxas e reduzir subsídios e comparticipações;
Que afastar a justiça das populações;
Que desmantelar a Segurança Social em favor das IPSS da caridadezinha;
Que apertar o garrote orçamental à escola pública enquanto se aumentam as transferências para o ensino privado;
Que destruir o tecido empresarial do país;
Que os milhares de falências e encerramentos;
Que os milhares de desempregados e os milhares de emigrantes;
Que transformar o desemprego de factor conjuntural para factor estrutural da economia:
Ter o topete de dizer ás pessoas que tudo isto foram reformas e um grande passo em frente para levar o país para o século XXI;
Que a memória das pessoas é curta.
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Sumário: Como maquilhar as contas públicas com a ajuda da Goldman Sachs.
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Depois da aula sobre Estado de direito, separação de poderes e partidarização da Justiça, sob a égide de um Governo PSD em coligação com o CDS, dada pelo stôr Paulo Rangel na Universidade [cof, cof] de Verão.
Era mais, muito mais, honesto terem convidado um juiz jubilado dos Tribunais Plenários da justiça do fascismo para dar a prédica.
[Na imagem o julgamento do pintor Dias Coelho]
Capítulo I
Capítulo II
Capítulo III
Agora os meninos e as meninas vão escrever 50 vezes no caderno "não foi a troika que criou a crise, foi a crise que criou a troika", disse Durão Barroso na Universidade [cof, cof] de verão do PSD com um sorriso eureka de orelha a orelha e sem que ninguém na sala de aulas lhe tivesse perguntado quem é que afinal criou a crise, já que não aparece explicado na charada para T. P. C. .
Era mais, muito mais, honesto terem posto o Matt Groening a discursar.
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Marco António Costa, vice-presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia a pares com Luís Filipe Menezes numa administração autárquica "de excelência" e zeladora do erário público e do dinheiro dos munícipes, na Universidade [cof, cof] de Verão do PSD a falar em contos de crianças que terminam em resgates.
Era mais, muito mais, honesto terem convidado o Companhia do Batatinha para discursar.
E no fim bateram todos muitas palmas [Capítulo I]
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António Horta-Osório, que é pago ao "peso de Cristiano Ronaldo", que é mais que ao "peso do ouro", para despedir pessoas em levas de 15 mil de cada vez, na Universidade [cof, cof] de Verão do PSD a falar em melhorar o nível de vida das pessoas.
Eram mais, muito mais, honesto terem convidado o Patrick Bateman de American Psycho para discursar.
Depois de 4 anos com a pasta de Segurança Social a cargo do CDS, ministro Pedro Mota Soares, depois da sustentabilidade da Segurança Social fragilizada por via da diminuição das contribuuições das empresas, e consequente aumento da mais-valia para os patrões e accionistas, para incentivar a criação de emprego pelas empresas e que afinal é incentivado em 60% pelo dinheiro dos contribuintes depois de um colossal aumento de impostos, o primeiro-pantomineiro, Pedro Passos Coelho, aproveita uma ocasiâo menor, dedicada a criadagem menor, para menorizar o parceiro de coligação, o CDS, e dar um valente pontapé no traseiro do vice-pantomineiro, Paulo Portas, pela reforma da Segurança Social que não foi feita e disponibilizando-se, mesmo na oposição, para a fazer com o Partido Socialista. Como se diz no norte, “bonito, bonito são os colhões a bater no pito”.
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