"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
A SIC Noticias, para compensar a fake new na primeira página do Expresso desta semana, que morreu ainda mais rápido que a da semana passada, fez um Opinião Pública especial-alarmista sobre um incêndio - Cascais, sem vítimas humanas nem habitações ardidas, extinto em 12 horas, com uma mão cheia especialistas e tudo, que nos juraram a pés juntos que a culpa é do Governo e que já vai sendo tempo destes impunes serem julgados e condenados na barra do tribunal. E ainda estamos a um ano das eleições. Sábado há mais.
Ou o abstencionismo ignorante que dá vitórias à direita.
"Viemos ver, isto é um acontecimento, antes isto do que a política, não é?"
Na estacada da marina de Cascais a assistir às operações de desencalhe do petroleiro "a professora Ana com a aluna Carolina" [sic], ao colo, em directo para o telejornal da televisão do militante n.º 1.
Como se ou outros fossem muitos naïfs e não questionassem a bondade do estar lá fora por opção e a bondade do estar lá fora pelo instinto de sobrevivência, não distinguissem uns dos outros e uma coisa da outra, não conseguissem filtrar a propaganda governamental a desinformação da realidade, nem soubessem ler a escala de 1/ 10 000, que é o "de sucesso" vs. os "de insucesso", e que são aqueles que saem do país todos os meses e que não contam para nada na escala de valores presidencial, nem sequer se podem dar ao luxo de faltar um dia ao trabalho para fazer milhares de quilómetros até uma sala cheia de conversa oca.
E lá continuam muito compenetrados e responsáveis, na sua vidinha no "second life", entre inaugurações e palestras e congressos. Who gives a shit? [em língua da diáspora]:
Temo no entanto que o nacionalismo, malgré a máscara Dart “Conjurados” Vader, não seja para aqui chamado, estes ilustres são é anti-republicanos, no sentido de anti-Respublica, e toda a gente sabe qual era a preocupação maior do “primo” Filipe em relação às Cortes de Tomar.
(Na imagem “o pai dos povos” Filipe I de Portugal, II de Espanha)