"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
O curioso é a padralhada não conceber [curioso também o termo "conceber", neste contexto] que na origem do divórcio e do recasamento [gloup] possa estar o desempenho sexual do parceiro/a. E isto por si só é todo um programa.
«Confrontado sobre se 2010, ano em que o Papa Bento XVI visita pela primeira vez Portugal, poderá ser uma época de confronto entre a Igreja Católica e o poder político, a propósito do casamento entre pessoas do mesmo sexo, o secretário da CEP disse acreditar que “prevalecerá o bom senso”.»
E entre o confronto e o “bom senso” prevaleceu a primeira opção numa “época de confronto” entre a hierarquia da Igreja Católica e a sociedade civil o rebanho de Deus:
(Na imagem: Kingston, The Sisters of Divine Providence set their sights as they try out new .22 caliber rifles presented to them at Camp Mishannock by Harrington and Richardson of Worcester, Massacusetts)
«O casamento não tem nada a ver com afectos» disse, no programa Prós & Contras, o deputado do CDS/ PP Ribeiro e Castro a propósito do casamento entre pessoas do mesmo sexo.
É salutar saber de fonte fidedigna que na Direita Lusa a tradição ainda é o que era e que as coisas ficam amanhadas entre as boas famílias. Procriação, propriedade, heranças, facadas no matrimónio e tal.
Acredita que nós acreditamos. Porque a praxis tem um “buraco”. Era também o tempo em que as pessoas levavam a mínima suspeita à sua honorabilidade até às últimas consequências e, em caso de culpa, “pintavam a cara de Preto” – com a interpretação que lhe quiserem dar.