"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
Do Chega ao irmão gémeo no Parlamento, Ilusão Liberal, passando pelo PSD da salgalhada Montenegro - Rangel - Pinto Luz, com a ajudinha do ressuscitado Cavaco, o argumentário da direita desmontado em vésperas de campanha eleitoral.
[Imagem "Midtown, 1970. From Mean Streets", Edward Grazda]
O problema eram os salários, ser competitivo pelo ordenado a pagar, "baixar os custos do trabalho blah-blah-blah", andaram anos a servir de câmara de Economia a isto, chegarmos ao nível do farol norte da Europa, o norte da Europa que paga os salários mais altos, tem os custos mais altos para o empregador e a mais alta carga fiscal. E a propaganda a torcer gráficos dura, dura, dura...
Depois de 2 - dois - 2 anos passados a ouvir a direita radical com o "encapotado aumento de impostos", que "a austeridade não acabou" e o "ataque à classe média.
Em contrapartida baixámos o IRC, mas não foi o suficiente porque ainda é preciso baixar a Taxa Social Única para as empresas [descapitalizar a Segurança Social não são danos colaterias destas "bombas inteligentes"], a EDP continua a receber as rendas da ordem e os bancos os apoios devidos, as PPP's rodoviárias são renegociadas de modo a que o concessionário poupe nas obras de reparação e manutenção e que o ministro faça um figurão na televisão perante uma plateia de jornalistas acéfalos e amorfos, e as subvenções pagas pelo Estado estão bem e recomendam-se. Isto assim de repente.
«Segundo um estudo divulgado esta terça-feira pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), Portugal foi um dos países onde os impostos sobre os rendimentos do trabalho mais subiram em quatro anos
Dê graças, e rejubile, por o Governo Pedro Passos Coelho/ Paulo Portas não ter conseguido destruir o seu emprego, o que lhe permitiu pagar impostos até ao dia de hoje.
15% nos transportes, x% ali, y% acolá, n% acoli, mais o abono de família que se deixou de receber, a comparticipação nos medicamentos que deixou de existir, a taxa moderadora que aumentou, and so one. No final, feitas as conta, vai-se ver que não só ficou sem 100% do 13º mês como sem o subsídio de férias na totalidade. E não chega.
(Imagem “A man and a woman walking with a porter on the platform next to a railroad passenger car at the train station”, Stanley Kubrick’s Chicago, 1949)