"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
Li aqui, e também aqui, que havia por aí um blogue que cada vez estava melhor. Fui espreitar e li esta pérola assinada por Jorge Fiel.
Podemos ver isto por dois ângulos.
O primeiro:
- Este tal de Jorge Fiel é um gajo inteligente como o caraças! Descobriu a pólvora, ou algo lá muito próximo… Não se dar o caso de ser assim em todo o mundo civilizado – nas capitais é que estão sedeadas as empresas –, e até poderíamos começar já a fazer lobi para lhe atribuírem um prémio Nobel qualquer.
O segundo:
“Eh pá, este gajo está a querer tramar-nos!” (por “tramar-nos”, subentenda-se o pessoal de Setúbal). Quer pregar-nos aqui com a capital. Se isto já não anda famoso; com mais esta… Porque a argumentação é imbatível; a ver:
- Produzimos muitos khw de electricidade, por via da central termoeléctrica das Praias do Sado. De cada vez que faz uma descarga para o rio Sado, numa área de 500 metros ao redor das turbinas tudo o que é peixe fica cozido e à tona… é só chegar e temperar de azeite e vinagre!
- Fabricamos toneladas de cimento, por via da cimenteiraSecil, mesmo cravada em pleno coração do Parque Natural da Arrábida e que, a cada minuto que passa, vai sugando as entranhas da serra. Traz-nos à memória aquela canção do “comem tudo e não deixam nada”. Nós bem nos queremos ver livres dela, envia-la para Lisboa… mas parece que a sorte não mora nestas bandas. E já não falo nas pedreiras de Sesimbra– que é coisa que Lisboa também não tem -, também em pleno Parque Natural da Arrábida…
- Transformamos madeira em pasta, e pasta em papel. Resmas dele! Há por aqui uma Portucel que além de aniquilar tudo o que é ostra no rio, ainda contribui para que de vez em quando apareçam uns golfinhos esticados nas areias de Tróia… Mas para provar que nem tudo é mau na Portucel, devemos ter em conta o seu inestimável valor como barómetro para as populações. Quando o vento sopra de bombordo, o insuportável cheiro “a Socel” – como se usa por aqui – é tal, que é sinal que vai chover pela certa…É coisa que se aprende aqui deste pequenino.
- E refinamos hectolitros; tonéis de gasolina: A refinaria de Sines, distrito de Setúbal. Penso eu de que, porque nestas coisas dos distritos nunca fiando; desde que vi Teresa Caeiro do CDS/PP no telejornal das 22 horas SIC Notícias dizer que Alcochete era distrito de Santarém, já estou por tudo.
E como ia dizer, estava eu a pensar nestas coisas para com os meus botões, quando reparei na ficha técnica do blogue. Uns quantos famosos talibans, uns mais mediáticos que outros, da não menos famosa guerraPorto - Lisboa, com futebóis à mistura e tudo, e que, para infelicidade de alguns, nunca se transformou em guerra Norte – Sul. Talvez mesmo por causa da bandeira do futebol que alguns empunham, quem sabe?! É que o Norte é grande demais para caber no Porto cidade..., mas adiante -, e que agora desesperadamente tentam transformar na guerra da regionalização.
Não há pachorra! Já estou como na questão da independência da Madeira. Querem independência? Levem-na. Querem a capital no Porto? Assim seja! Onde é que eu assino só para nunca mais os ouvir?
No entanto, e como esta coisa dos blogues às vezes é mais chata que uma porta de molas enferrujada, vou linkar o referido blogue aqui na coluna da direita. Já sei onde me dirigir quando me quiser divertir um bocado. Assim como dizem os bifes: Have some fun.