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DER TERRORIST

"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.

Não ter a puta da vergonha na cara é isto

por josé simões, em 05.03.23

 

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"O meu passado chama-se Passos", proclamou o homem sem passado quando se alçou ao cadeirão em S. Caetano à Lapa,  o Passos do "baixar os custos do trabalho foi a reforma que ficou por fazer", mas [agora] "nós no PSD queremos tirar o país do empobrecimento", disse Luís Montenegro, sem meter a cara de Danny Kaye, imagem de marca durante anos, alguém na entourage lhe deve ter dito que estar sempre com ar de gozo não caía bem na rua. Pelo meio largou umas baboseiras sobre as culpas do PS no estado lastimoso em que se encontra a ferrovia, mas a gente já nem liga, não nos esquecemos dos fundos comunitários para o alcatrão e dos Manéis Queirós desta vida nomeados para a CP.

 

O cónego Melo, à nora no Largo do Caldas desde que o Ventas roubou as cadeiras do parlamento ao Chicão e anunciou que a seguir vai roubar a rua à esquerda, lol, veio para a manif dos stores, de mãos nos bolsos, com uma a fazer uma figa, com a outra a agarrar um crucifixo, "vai de retro comunismo!", "t' arrenego reviralho!", anunciar que questionou Bruxelas, se lá foi ou se mandou e-mail não disse, sobre contagens de tempo suspenso no tempo em que o CDS rejubilou com a troika e apontou a porta da emigração aos docentes.

 

O bispo do Porto exortou os fiéis a cumprirem uma Quaresma de penitência por causa dos pecados da Igreja. Uma artista este Linda, que é dom Manuel, segundo a televisão pública do Estado laico. Os padres abusaram sexual e psicologicamente dos putos, mentiram à comunidade com a Bíblia na mão e a "palavra do Senhor" na boca, mas quem cumpre a penitência são os pais, os familiares, os amigos dos ditos. Espectáculo. 

 

 

 

 

Apita o comboio

por josé simões, em 19.04.21

 

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"Desde 1988, há menos 1664 quilómetros de rede ferroviária". "Desde 1988" dá Cavaco Silva, primeiro-ministro, António Guterres, primeiro ministro, estes dois com fundos comunitários a jorros, enquanto os nossos vizinhos espanhóis se dedicavam a ligar todas as cidades por caminho-de-ferro e a lançar as bases da ligação à Europa em alta velocidade, Durão Barroso, primeiro-ministro, Santana Lopes, primeiro-ministro, Passos Coelho, primeiro-ministro, mas é "do plano de Sócrates ao plano de Costa". Jornalismo militante e com as quotas em dia.

 

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Ah, mas "durante esse período, a percentagem de linhas electrificadas subiu de 15% para 64%, um valor a par da Noruega, Espanha e Itália e acima da França e da Alemanha. Mas este rácio foi obtido, em parte, por fecho de linhas". Tal e qual como com as pescas e a agricultura,  fechámos e desmantelámos para acompanhar a Europa. E para enriquecer uns sucateiros no único caso da história de Portugal com investigados, julgados e condenados por corrupção em tempo útil.

 

"Portugal tem hoje os mesmos quilómetros de caminhos-de-ferro que em 1893" porque "a monarquia construiu quase tudo da rede ferroviária que hoje temos". Com o Godinho ferro-velho atrás das grades, Cavaco a banhos na Coelha, o beato Guterres em penitência nas Nações Unidas, e uma quantidade de pato-bravos e empresários do alcatrão, sem penas e com os bolsos cheios, só falta o Pio Duarte vir dizer que isto só lá vai com um rei.

 

 

 

 

||| Já vai haver sermão e missa cantada

por josé simões, em 26.12.15

 

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Anda a direita, das contas bem feitas e do não viver acima das nossas possibilidades e de despachar empresas do Estado e do cortar em tudo o que seja função social do Estado porque no privado é que está a virtude e o que se corta no Estado transfere-se do Orçamento para o privado mesmo que implique duplicar funções, toda em polvorosa por a CP ir repor um direito que tinha sido esbulhado aos trabalhadores, com base na tal da governação ideológica, como muito bem avisou Cavaco, O Avisador, até que o "momento social e político permitisse a sua reposição", que é como quem diz até que o Governo da direita fosse à viola, direito que nunca foi suspenso nas empresas privadas de transportes: o direito dos cônjuges e filhos, enquanto estudarem e não "em idade escolar" como diz a notícia, viajarem gratuitamente, porque a empresa é deficitária e paga pelo contribuinte que pode pagar transferências do Orçamento do Estado para IPSS e subsidiar emprego no privado, mascarado de formação e estágios e pagar a recapitalização da banca privada mas não pode pagar bilhetes de comboio a cônjuges e filhos porque, a direita, das contas bem feitas e do não viver acima blha-blah-blah, não gosta de borlas em empresas do Estado, deficitárias, com excepção dos carros topo de gama, alguns com motorista, dos administradores formados na Universidade do Cartão do Partido e nomeados para a empresa pela direita no Governo, o PSD e o CDS.


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|| As palavrinhas mágicas

por josé simões, em 12.08.13

 

 

 

As palavrinhas mágicas podiam ser "parceria público-privada", o que, na boca deste Governo, não deixa de ser mais uma entrada directa para o top of the pops das "Coisas Verdadeiramente Fantásticas". Podia ser mas não é. As palavrinhas mágicas são "executivo generoso", "preço dos bilhetes", "despedimentos", "novas contratações", num modelo de concessão e gestão proposto pelo interessado.

 

Está delineada e definida a estratégia para a privatização da CP: amputá-la cirurgicamente dos troços comercialmente mais rentáveis ficando para o Estado o que sobra, com o encerramento como destino traçado, porque "não há dinheiro para nada", e o prejuízo para as populações.

 

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|| O presidente da comissão liquidatária

por josé simões, em 10.01.13

 

 

 

Pós-graduação e mestrado em transportes na universidade do cartão do partido.

 

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|| Mais triunfo da forma sobre o conteúdo

por josé simões, em 25.10.12

 

 

 

"a legislação portuguesa submeteu a CP a um controle externo de natureza política []". Ficamos todos muuuuuito mais descansados, pode o Governo continuar a nomear conselhos de administração, com licenciatura e mestrado feitos na universidade do cartão do partido, que não há controlo, nem interno nem externo, da empresa e que daí não vem grande mal, à CP, aos utentes, e ao dinheiro do contribuinte, não necessariamente por esta ordem. Uns Einsteines, estes senhores do Tribunal de Justiça da União Europeia.

 

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|| Visão estratégica

por josé simões, em 17.12.11

 

 

 

É ter um aeroporto novinho a estrear, numa cidade a meio caminho entre Lisboa e o Algarve e a poucos quilómetros da fronteira com Espanha, mas sem ligação por auto-estrada e por caminho-de-ferro.

 

[Imagem de autor desconhecido]

 

 

 

 

 

 

|| Qual foi a parte que eu não percebi?!

por josé simões, em 09.07.11

 

 

 

Regionalites futeboleiras à parte, confesso não conseguir perceber o “affair” Porto-Vigo. O contribuinte português paga uma ligação ferroviária, que dá um prejuízo mensal de €19. 600, sem que se perceba se serve para os espanhóis entrarem no país ou para os portugueses fugirem para Espanha. Aparentemente as duas hipóteses são válidas, se bem que a que nos possa favorecer economicamente [a entrada de espanhóis] só seja válida durante os meses de Verão, uma vez que a Renfe só suporta os custos até ao final de Setembro

 

O “affair” Porto-Vigo, e até prova em contrário, é um pouco como as portagens nas SCUT que são boas [por omissão, uma vez que não se ouve uma única voz de protesto do lado de cá da fronteira] na Galiza, e más, muito más, no Norte de Portugal [pela unanimidade de protestos que conseguiram gerar desde Aveiro a La Coruña].

 

Adenda: quando escrevia o post, o Word corrigiu-me "Porto-Vigo" para "Morto-vivo". Faz sentido.

 

 

 

 

 

|| Visão estratégica

por josé simões, em 15.01.11

 

 

 

 

 

Um aeroporto que ainda não o é já leva uma previsão de derrapagem de €40 milhões, numa capital de distrito a pouco mais de 60 quilómetros da fronteira com Espanha que não é servida por auto-estrada e que vai perder a ligação directa por caminho-de-ferro com Lisboa.

 

I love this country!

 

(Imagem Circa 1890, Mexican Central Railway train at station. Dry plate glass negative by William Henry Jackson. Detroit Publishing Co.)