"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
Marcelo queria dizer coisas [é mais forte que ele] mas como não podia dizer as coisas que queria dizer industriou o Tavares para dizer o que ele, o Marcelo, não podia. Só que o Tavares padece do mesmo problema do Marcelo, tem de dizer coisas, em vox pop "tem gosto o burro em ouvir o seu zurro", também é mais forte do que ele e além disso é pago para dizer e se não disser é esquecido e deixa de poder dizer, ou passa a dizer anonimamente, o que vai dar no mesmo, e deixa de receber, a tal da meritocracia. E, neste circulo vicioso do Tavares dizer coisas que o Marcelo diz mas que não pode dizer, alguma vez o circuito havia de ser desmontado pela encomendado que saiu melhor. Apanha-se mais depressa um Marcelo, ou um Tavares, para o caso tanto faz, que um coxo.
Cesária Évora entrou, já respeitada e com uma idade respeitável, pelas pistas de dança adentro pelas mãos de monstros consagrados como Carl Craig, 4Hero, Chateau Flight ou François Kevorkian, metendo a dançar remixes de temas como Angola ou Sangue de Beirona uma geração de "netos" que desconhecia haver música verdadeira para lá das paredes do clubbing. Agora foi só ali "puxar um fumo" como ela dizia. Obrigado por tudo.
Não sei se a Mário Soares começou a pesar 30 anos de acusações vindas da Direita de ter sido o responsável por todos os males e tragédias da descolonização, mas logo Cabo Verde a única ex-colónia portuguesa em que a independência foi decidida pela via eleitoral? Se quisesse ser muito deselegante diria que a idade não perdoa…