"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
Sem perceber que, onde isso aconteceu, as Frentes Nacionais e outros fascismos ocuparam o espaço. "Sentido de Estado" e direitinh[a]o que nem um fuso, o leque é grande e vai desde Cavaco Silva aos homenzinhos responsáveis da UGT, de Paulo Portas a António José Seguro, passando por Maria de Belém Roseira, Pedro Mota Soares ou Francisco Assis e um poster de Tony Blair na parede do gabinete.
O Conselheiro de Estado, e futuro candidato autárquico fora-da-lei, depois de ter malbaratado 16 milhões de euros dos impostos dos contribuintes a patrocinar o futebol profissional com salários pagos a peso de ouro, continua embalado fora-da-lei como futuro ex-presidente.
Se é legítimo defender que a dívida dos municípios deve ser analisada «tendo em conta o número de habitantes dos mesmos», é também legitimo argumentar que a dívida dos municípios deve ser paga pelos respectivos habitantes, a dividir pelas cabeças dos munícipes, segundo uma fórmula [a inventar] em que entrem as variáveis "permilagem ocupada" e "rendimento mensal ilíquido", por exemplo? Não. Por todas as razões e pelo princípio da coesão e da unidade do território nacional, e da solidariedade inter-regiões.
E é nestas alturas que a regionalização deixa de ser a salvação da pátria, e é também nestas alturas que os cidadãos deviam pensar duas vezes, antes de fazer a cruzinha no boletim de voto, no quadradinho do campeão da betonização do espaço público, a que se convencionou chamar de progresso e desenvolvimento.
Parafraseando, Os cidadãos que todas as manhãs penam em intermináveis filas para pagar e passar a ponte 25 de Abril, depois de já terem pago a auto-estrada, deviam lembrar-se disto e rebelar-se contra esta situação.