"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
Bonito, bonito não são as pirâmides do Egipto, que substituem os ditos cujos e o pito na versão educada. Bonito, bonito é ouvir Fernando Medina, presidente da Câmara de Lisboa, no 5 de Outubro a fazer um discurso encomendado por António Costa. "There Is No Alternative".
O sonso, que se queixa do êxodo provocado pelo alojamento local que, a pouco e pouco, vai transformando Lisboa num parque temático, depois de muito esmifrado e apertado por toda a gente, deixa cair que é o arrumador de carros de Madonna, pelas moedas que recebe em troca do serviço prestado, privilégio que não concede aos indígenas que ainda resistem ao êxodo, porque a rainha da pop é bom cartaz, que atrai mais turistas a Lisboa, que fomentam o alojamento local, que pressiona o êxodo. O nacional-parolismo em todo o seu esplendor.
Depois da aula prática sobre a lei da oferta e da procura a Câmara de Lisboa devia agora adoptar o sistema de sorteio onde, por coincidência, ou por sorte, como quiserem, duas casas saem a dois membros da mesma família ou aqueles que toda a gente já está à espera que saia.
Esta é uma daquelas notícias que fazem a esquerda PS, e o PS de esquerda, gastar rios de tinta e quilómetros de português em indignações e clamores de revolta, quando o caso é à direita, mas que fazem haver sempre uma boa justificação moral, política, profissional, não necessariamente por esta ordem, quando lhe toca a eles.
EMEL contrata por ajuste directo antiga deputada do PS