"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
Já tínhamos tido o taberneiro em Espanha a fazer vénias ao partido que suprimiu Portugal no mapa da Península Ibérica, é tudo Península Hispânica e não se fala mais nisso, o que Filipe IV não soube fazer. Agora tivemos Abascal, líder do partido que recebeu vassalagem do taberneiro, feito sabujo na tomada de posse de lunático eleito POTUS, que não sabe o que são os BRICS nem sabe apontar Espanha no mapa, e já agora os BRICS também, e faz gala da sua estupidez perante a estupefacção dos jornalistas presentes. Para a comédia ser completa, Ayuso, presidente da Comunidade de Madrid, a nex big thing do PP espanhol, aquele partido que vende a alma ao Vox para se alçar ao poder onde quer que seja, saiu em defesa do tiny fingers culpando Sanchez pela estupidez de Trump. Cada vez mais direita é sinónimo de estupidez e obscurantismo.
Defender que ditaduras podem "construir uma ordem económica mundial mais justa", mas a justeza das respectivas ordens internas nacionais um peru menor.
Falar em pensamento único imposto enquanto se chora o fim da URSS, esse berço do livre pensamento.
Defender o direito dos povos à autodeterminação e independência, a Declaração de Helsínquia, a Carta das Nações Unidas, enquanto se fala em "desagregação forçada de países como a antiga Jugoslávia" onde os povos quiseram seguir caminhos separados porque os 'amaricanos', a NATO e a União Europeia lhes disseram para seguirem, à imagem do que já tinham feito com os checos e eslovacos.
Ir colocar o embrião do Movimento Não Alinhado na Indonésia "ainda livre da sanguinária ditadura de Suharto" para não referir a sua fundação na Jugoslávia de Tito, ele próprio a fugir à sanguinária ditadura de Estaline.
Falar em validar eleições segundo "padrões assimétricos e a qualificar de ditadores todos os governantes que não obedecessem aos seus critérios de submissão, por mais democraticamente eleitos que tivessem sido" fazendo de conta que nada aconteceu na RDA em 1953, e que as eleições foram respeitadas na Hungria em 1956 ou na Checoslováquia em 1968.
O artigo do António Filipe no Expresso sobre os BRICS explica a coerência da Brigada Brejnev até ao seu desaparecimento do Parlamento e da vida autárquica.
[Link na imagem “According to the precepts of Ilyich”]