"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
O senhor Augusto dos Estrangeiros, mais rápido que a própria sombra a reconhecer Juan Guaidó presidente da Venezuela, sobre Luis Arce, que ganhou as eleições nas urnas sem se auto-proclamar, depois de uma golpada da direita com o aplauso da direita do tugão, caladinho, caladinho, caladinho. É o que há.
Fugido de se perpetuar ad aeternum no poder, qual socialista bolivariano para o século XXI, Evo Morales, tadinho, dormiu ao relento, um pano por tecto, um colchão ortopédico de mosaicos, uma velha máquina de costurar Singer como guarda de plantão e wifi para ir espreitando o Facebook e o Twitter e agradecer aos "hermanos de las federaciones del Trópico de Cochabamba". O circo nunca acaba.
Atribuída pelo 'Dart Vader' de George W. Bush, pode ler-se na página Wiki. Logo agora que deixou de usar na lapela o pin com a esfera armilar e o escudo com as chagas de Cristo e o "Milagre de Ourique". Não quis importar Snowden mas pode ter tramado as exportações portuguesas e sem invocar o nome dos estivadores. Nem pestanejou quando alguém, não disse quem, lhe passou a dica sobre o perigoso criminoso-terrorista com mandado de captura internacional, que fugia, à socapa, para o sol do hemisfério sul, como nos filmes. Vai ser lindo de ver a participação portuguesa na próxima Cimeira Ibero-Americana. Responde perante uma bandeira e vive bem com isso. Pode ser que ganhe uma Purple Heart ou assim.
Quando a poeira do golpe de Estado constitucional assentar, legitimado pelo vazio técnico que ocupa a cadeira da Presidência da República, e depois dos mercados acalmados pela solução encontrada para que tudo continue como dantes quartel-general em Abrantes, um espantalho das searas, para o caso, servia perfeitamente, o ex-ministro de Estado e ex-ministro da Defesa Nacional e ex-ministro de Estado, da Defesa Nacional e dos Assuntos do Mar e ex-ministro dos Negócios Estrangeiros e futuro qualquer coisa que lhe permita aparecer, bater o recorde de manutenção no poder de Fidel Castro, e passar creme no próprio umbigo, com ganhos e com poder, muito poder adquirido pela meritocracia do "elevador social" da intriga política, a bem da Nação e do "sentido de Estado" e do arco da governação amém, possa explicar se a diversificação de mercados para as exportações, iniciada com o Governo de José Sócrates, e nomeadamente para a América Latina, é para continuar ou se o amigo amaricano [não é gralha, é como o povo que fica à porta das igrejas nas Entradas Solenes diz] assume o prejuízo e justifica, para o povo ver e perceber, o ‘Distinguished Public Service Award' que tem na vitrina lá em casa.
A Bolívia ameaçou fechar o gasoduto que abastece Cuiabá, capital do estado brasileiro de Mato Grosso, por falta de acordo sobre o preço do gás.
Na semana que passou, o louco que governa o Irão – Ahmadinejad – havia proposto a criação de uma espécie de OPEP para o gás. Na Rússia, Putin considerou a proposta interessante e passível de ser analisada.
Ahmadinejad ultimamente tem andado em constantes périplos pela América Latina, na construção de uma teia de alianças e, um dos visitados foi precisamente Evo Morales da Bolívia.
Eles andam aí, e o melhor é começarmo-nos a preparar para o que vai vir.