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DER TERRORIST

"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.

Dia de Bocage e da Cidade

por josé simões, em 15.09.17

 

cem escudos.jpg

 

 

Um jacobino do reviralho que, por proposta da vereadora comunista Odete Santos em reunião da Câmara Municipal de Setúbal realizada no dia 25 de Agosto do "Verão Quente" de 1975, destronou Santiago e o dia 25 de Julho, feriado municipal desde 1911 por imposição do Estado Novo..

 

 

 

 

Dia de Bocage

por josé simões, em 15.09.16

 

Casa do Bocage.png

 

 

Esta casa onde nasceu o insigne poeta Manuel Maria de Barbosa du Bocage a 15 de Setembro de 1765 foi adquirida pelo Visconde de Bartissol e por Elle doada ao Município no Anno de 1888

 

 

 

 

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||| Dia 15 de Setembro

por josé simões, em 15.09.14

 

 

 

Dia de Setúbal, de Bocage e de todos os que aqui vivem e trabalham vindos de todos os cantos do planeta.

 

[Imagem]

 

 

 

 

 

 

|| 15 de Setembro, dia de Bocage, de Setúbal e de todos os que aqui vivem vindos de todos os cantos do planeta

por josé simões, em 15.09.11

 

 

 

XVII

 

Dizem que o rei cruel do Aveno imundo

Tem entre as pernas caralhaz lanceta,

Para meter do cu na aberta greta

A quem não foder bem cá neste mundo:

 

Tremei, humanos, deste mal profundo,

Deixai essa lições, sabida peta,

Foda-se a salvo, coma-se a punheta:

Este o prazer da vida mais jocundo.

 

Se pois guardar devemos castidade,

Para que nos deu Deus porras leiteiras,

Senão para foder com liberdade?

 

Fodam-se, pois, casadas e solteiras,

E seja isto já; que é curta a idade,

E as horas do prazer voam ligeiras.

 

In “Bocage, Poesias Eróticas, Burlescas e Satíricas”, Sistema J editora, Julho de 2000

 

 

 

 

 

 

|| 15 de Setembro, dia de Bocage, de Setúbal e de todos os que aqui vivem vindos de todos os cantos do planeta

por josé simões, em 15.09.10

 

 

 

 

 

Bocage, Poesias Eróticas, Burlescas e Satíricas – Sonetos, Sistema J, Julho de 2000:

 

(…)

 

IV

 

Num capote embrulhado, ao pé de Armia,

Que tinha perto a mãe o chá fazendo,

Na linda mão lhe fui (oh céus!) metendo

O meu caralho, que de amor fervia:

 

Entre o susto, entre o pejo a moça ardia;

E eu solapado os beiços remordendo,

Pela fisga da saia a mão crescendo

A chamada sacana lhe fazia:

 

Entra a vir-se a menina… Ah! que vergonha!

«Que tens?» - lhe diz a mãe sobressaltada:

Não pode ela encobrir na mão langonha:

 

Sufocada ficou, a mãe corada:

Finda a partida, e mais do que medonha

A noite começou da bofetada.

 

(…)

 

(Na imagem postal ilustrado “Setúbal – Casa onde nasceu Bocage”, editor: Papelaria e Typographia de Paulo Guedes & Saraiva, ano de circulação desconhecido, do livro do ilustre setubalense José Manuel Madureira Lopes, “Setúbal à la minute – através do Bilhete Postal Ilustrado)

 

 

 

|| 15 de Setembro de 1765

por josé simões, em 15.09.09

 

 

 

Andar a vasculhar a net à procura de uma imagem de Bocage para ilustrar o post e só encontrar imagens com o Elmano Sadino a segurar a cabeça com a mão esquerda e o cotovelo em cima da mesa, só me faz lembrar o meu pai que se me fartava de ralhar que em cima da mesa não se punham os cotovelos e “não tens força no pescoço estás com medo que a cabeça te caia? Desencosta-te!”. E a imagem de marca da cidade, isto se descontarmos as sardinhas, a Tróia do Belmiro que é de Grândola, as laranjas que são de Algeruz, e o Bairro da Bela Vista que são só pretos apesar de terem todos nascido cá, o Bocage ele próprio a segurar o capacete! Adiante que acabei por me habituar a ter força no pescoço, e não pôr os cotovelos em cima da mesa até que foi um treino que se me revelou bastante útil para comer bifanas na Adega dos Passarinhos e não sujar a camisa nas mesas bedunguentas de banha escorrida de dentro das carcaças e pelos queixos.

 

Em dia de aniversário e de feriado municipal, pena não ter calhado a uma segunda-feira, um sonetinho do dito cujo, daqueles que chateavam o prof. Maurício que era um fascista do caralho e que foi director da escola do mesmo nome do poeta, e que conseguiu morrer medalhado pela cidade. Enfim coisas da Democracia e da conciliação.

 

Não lamentes, oh Nise, o teu estado;

Puta tem sido muita gente boa;

Putíssimas fidalgas tem Lisboa,

Milhões de vezes putas têm reinado:

 

Dido foi puta, e puta dum soldado;

Cleópatra por puta alcança a coroa;

Tu, Lucrécia, com toda a tua proa,

O teu cono não passa por honrado:

 

Essa da Rússia imperatriz famosa,

Que ainda há pouco morreu (diz a Gazeta)

Entre mil porras expirou vaidosa:

 

Todas no mundo dão a sua greta:

Não fiques pois, oh Nise, duvidosa

Que isto de virgo e honra é tudo peta.

 

 

 

 

Porque hoje é feriado

por josé simões, em 15.09.08

 

(Só para alguns. E à segunda-feira é que nem ginjas!)

 

Magro, de olhos azuis, carão moreno,
Bem servido de pés, meão na altura,
Triste de facha, o mesmo de figura,
Nariz alto no meio, e não pequeno:

Incapaz de assistir num só terreno,
Mais propenso ao furor do que à ternura,
Bebendo em níveas mãos por taça escura
De zelos infernais letal veneno:

Devoto incensador de mil deidades,
(Digo de moças mil) num só momento
Inimigo de hipócritas, e frades:

Eis Bocage, em quem luz algum talento:
Saíram dele mesmo estas verdades
Num dia, em que se achou cagando ao vento.

 

(Na imagem roubada no blogue do João Reis Ribeiro, “Bocage e as Ninfas”)

 

 

 

A Raposa e as Uvas

por josé simões, em 01.11.07

 

Contam que certa raposa,
Andando muito esfaimada,
Viu roxos, maduros cachos
Pendentes de alta latada.
 
De bom grado os trincaria,
Mas sem lhes poder chegar,
Disse: «Estão verdes, não prestam,
Só os cães os podem tragar!»
 
Eis cai uma parra, quando
Prosseguia seu caminho,
E, crendo que era algum bago,
Volta depressa o focinho.
 
A Raposa e as Uvas, fábula de La Fontaine, numa tradução de Bocage.
 
Qualquer semelhança com isto, é obviamente pura coincidência
 

O Dia do Bocage

por josé simões, em 15.09.07

Hoje é feriado. Feriado municipal, ou o dia do Bocage como se diz por aqui. Calhou ser a um sábado, o que na escala de valores dos feriados, para a generalidade da população equivale a valer quase nada. Encaremos isto pelo lado positivo: para o ano calha a um domingo, e isso é que é mesmo para esquecer… a menos que para alguns seja dia de trabalho, e um feriado a um domingo, mais o subsídio de refeição, e mais aquelas contas todas sempre a somar, é grande ajuda para equilibrar o orçamento no fim do mês; que isto de morar em Setúbal tem muito que se lhe diga. Adiante…
 
Recordemos o poeta, que vou citar de cor:
 
Levando um velho avarento
Uma pedrada no olho,
Pôs-se-lhe no mesmo instante
Tamanho como um repolho.
 
Certo doutor, não das dúzias,
Mas sim médico perfeito,
Dez moedas lhe pedia
Para o livrar do defeito.
 
“Dez moedas! (diz o avaro)
Meu sangue não desperdiço
Dez moedas por um olho!
O outro dou eu por isso!”