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DER TERRORIST

"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.

Reféns do passado

por josé simões, em 11.06.08

 

Escreve Henrique Raposo:

 

“O ministro da administração interna serve para quê? Num país decente, num regime decente, Rui Pereira já estava com a carta de demissão na mão. O principal responsável pela morte daquela pessoa é das autoridades, a começar por Rui Pereira.  Porque permitiram que os piquetes fora-da-lei actuassem de forma impune durante 3 dias.

 

E o Presidente anda a fazer o quê? Está à espera do quê para dar um grito? Democracia não é a abolição da autoridade. É a legitimação da autoridade.

 

Chama-se a isto estar “refém do passado”. Um passado comum que dá pelo nome de “buzinão”. O Presidente, então primeiro-ministro, pela célebre carga policial e pelas imagens que as televisões (à época já no plural) passaram até à exaustão. O actual Governo, à época na oposição, pela participação activa no “buzinão”.

 

Quando as pessoas não conseguem acertar contas com o (seu) passado, é nisto que dá.

E muito mais que corporativismo ou sindicalismo, salazarismo ou PREC, é à roda desta dualidade e/ ou ambiguidade passado-presente, oposição-governo que as coisas vão girando. E não só nesta situação específica. Para mal dos nossos pecados.

 

(Foto AFP / Getty Images via Daily Telegraph)