"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
"Uma página negra na justiça portuguesa", diz o excelentíssimo causídico, depois de ter andado a empatar um julgamento durante 10 anos com manobras dilatórias e recursos processuais. Uma "vergonha mundial", não os 10 anos empatados, uma coisa nunca vista nunca vista no "mundo civilizado", onde alguém naquelas alegadas condições, que podia ter entrado directamente no tribunal, optou por vir 100 metros pelo meio da rua em procissão para o prime time. E podia ainda ter invocado como exemplo do "mundo civilizado" os Estados Unidos, onde Bernie Madoff, preso em Dezembro de 2008, foi julgado e condenado em Junho de 2009, seis meses passados. Nem tempo teve para "apanhar" alzheimer.
Há quem que com alzheimer perca um T2 na Brandoa para o banco e há o dono do banco com alzheimer que se perde nos quatro pisos, 45 divisões e uma piscina na Boca do Inferno. Coitado do banqueiro.
O Pinho, doutor, o dos corninhos, em prisão domiciliária numa quinta maior que um estádio de futebol, para a RTP que o carcanhol do BES enquanto ministro era dinheiro que lhe era devido. Vamos lá fazer continhas que vou para ministro, é um milhão e meio que tenho a haver, acabei por receber só um milhão e duzentos mil, veja lá você, ele para a entrevistadora. Não sabia é que ia receber em suaves prestações de15 mil por mês, ainda por cima para uma conta no estrangeiro que eu [ele] não mexia. Uns anos depois foi à conta e é pá, o que é isto, que dinheiro é este?! , isto não pode ser, ainda acabo com a justiça à perna, como acabou por acontecer. Nós, a imensa maioria dos portugueses, com uma ou duas contas no banco, se nos tirarem ou depositarem um eurito que seja damos logo pela coisa. Agora 15 mil. Todos os meses. Durante um ano e tal. Estava a tratar da economia do país, não tinha cabeça para outra coisa. O sentimento de impunidade com estes gajos, doutores gajos, nos metem a mão no rabo.
"Ministério Público investiga esquema da Tranquilidade e Europ Assistance para pagar um milhão de euros/ano a Ricardo Salgado, António Ricciardi, Manuel Fernando Espírito Santo, Mosqueira do Amaral e José Manuel Espírito Santo."