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DER TERRORIST

"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.

Por falar em papagaios…

por josé simões, em 20.10.07

“Quantos papagaios do imperialismo informaram os seus leitores de que «Dalai Lama» significa Deus-Rei? Ou de que em 1959, quando da sua última tentativa contra-revolucionária para impedir a abolição da escravatura no Tibete, a família do Dalai-Lama possuía três mil escravos?”
 
Esta barbaridade foi escrita, por este cromo; ou melhor, por este papagaio, que é militante deste partido.
 
A tentativa contra-revolucionária a que se refere, e pela data, só pode ser a revolta tibetana contra a ocupação de 1950 pelo exército de Mao. As violentas repressões de 1987 e 1989, levadas a cabo pelo exército vermelho contra a população que contesta a ocupação comunista chinesa, também não interessam nada. Assim como também não interessa nada a meticulosa política de genocídio cultural exercida pela China sobre o Tibete e a sua população. O que importa é que em 1959 haviam três mil escravos, contra os actuais 2, 81 milhões…
 
Este partido, publica este jornal, que como se sabe não é deste mundo. É que até hoje nem um parágrafo, uma palavrinha sequer sobre a Birmânia, ou sobre as recentes manifestações pacíficas violentamente reprimidas pela ditadura / junta militar. No entanto não se coibiram de enviar uma mensagem de saudação ao congresso do PC chinês, aproveitando para fazerem umas queixinhas do género: “Em Portugal, deparamo-nos hoje com a mais violenta ofensiva contra as conquistas democráticas da revolução de Abril de 1974 e os direitos dos trabalhadores” (link aqui). À China, esse exemplo das liberdades, a tomar como referência por todas as nações do planeta.
Camarada Vilarigues, talvez não fosse má ideia pedir asilo político à China; é que em Portugal a liberdade está pela hora da morte…
 
Adenda: Sobre as liberdades na China, relatório da Human Rights Watch aqui, e dos Repórteres Sem Fronteiras, aqui.
Sobre a Birmânia, continuar a seguir a Amnistia Internacional aqui, com gravações video e audio.
 
(Foto via Público)