"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
O publisher do falido Eco, o Pravda do partido RGA, Reunião Geral de Alunos, também conhecido por Ilusão Liberal, os do direito do mais forte à liberdade, queria o exemplo Nabeiro replicado na banca suíça e na "missão das autoridades financeiras do país", o que quer que isso signifique.
Enquanto as taxas de juro massacraram pessoas e famílias foi sem dó nem piedade, sempre a subir, "ai aguenta, aguenta", a partir do momento em que começou a ameaçar bancos com má gestão de risco foi accionado o travão. Para quem se governa, por quem se é governado ou, como na canção, "the system only dreams in total darkness".
E porque é que isto não abriu, abre telejornais, não motiva comentário dos liberais donos da democracia, e nem sequer desperta a ira dos "portugueses de bem"?
"A uma semana de receber mais de 400 milhões de euros do Fundo de Resolução (que é financiado pelos bancos do sistema português e cujas despesas têm impacto no défice orçamental), o Novo Banco pode, a partir de Janeiro próximo, vir a comprar outros bancos."
Dizem, os especialistas Zés Gomes Ferreiras desta vida que pululam nas redacções das televisões, que o chumbo de nova injecção de dinheiros públicos, do contribuinte, no Novo Banco, até estar concluída a auditoria, põe em causa a credibilidade do Estado, por quebra de contrato. O Estado, que pode quebrar o contrato que tem com o cidadão, o contribuinte, ao cortar salários, pensões, e apoios sociais, para acudir à falência dos bancos e à quebra de contrato que tinham com a sociedade, com a economia e, em última instância, pode ter reflexo nos juros da dívida pública, com os mercados a penalizarem um país, um Governo, um Estado, que se recusa a injectar dinheiro dos cidadãos, dos contribuintes, num banco com operações no mínimo mal explicadas [1] [2]. O dinheiro que não tem e que se vê obrigado a pedir emprestado aos mercados. É isto, não é?
Não há dinheiro para nada, nem para a saúde, nem para a educação, nem para pensões e reformas, nem para aumentar apoios sociais, nem para diminuir a idade da reforma, nem para o investimento público.
"Instituição pode receber uma verba superior ao previsto no OE 2020" mas devemos todos ficar muito contentes e até aplaudir de pé já "que permite concluir limpeza do banco abaixo do valor máximo de 3,89 mil milhões acordado e muito antes do prazo final". Inimagináveis milhões de euros do contribuinte depois ainda poupámos dinheiro. Viva!
"Nunca quem tem uma casa, nunca quem tem um crédito a um banco, pagou tão pouco como hoje. Estamos a falar em termos históricos, não em termos de um ou três anos. O atual ambiente de nível de taxas de juro nunca foi tão baixo"