|| Que tenha muita sorte, que seja muito bem sucedida, Allah maik e assim
Até porque da sua boa sorte e do seu bom sucesso depende a visibilidade de milhões de mulheres, adolescentes e crianças do sexo feminino, espalhadas por todas as latitudes do globo, vítimas inocentes e indefesas às mãos dos islamo-fascistas.
Mas que me desculpem, não é defeito é feitio, não me convence o estrelato e a mediatização da miúda, isto soa, e reluz, a descarga de consciência da hipocrisia ocidental, pródiga em arranjar ícones que lhe permitam continuar descansada, de pantufas no sofá, tablet nos joelhos e comando da tv ao lado, enquanto a realpolitik dos negócios, sujos, com regimes ditatoriais, corruptos e desrespeitadores dos direitos humanos, segue o seu caminho, à luz do dia e ao lusco-fusco – o "filão" começou com Agnes Gonxha Bojaxhiu, para a aldeia global Madre Teresa de Calcutá.
Bibi Aisha, vítima de uma barbaridade inominável, estava bem colocada na grelha de partida, mas, por acaso do destino, Malala Yousafzai, para azar dela própria, ultrapassou-a na recta da meta. Uma criança a caminho da escola, um direito tão natural como respirar, aqui na "civilização", toca mais fundo nos corações moles ocidentais, com exércitos profissionais para fazer a guerra, instagramada, e manter a paz e o way of life.
Que tenha muita sorte, que seja muito bem sucedida, Allah maik e assim. Vai crescer, aprender e descobrir por ela própria como é que é o outro lado, este lado. Nós por cá continuamos muito preocupados quando as Bibis e as Malalas aprecem em 30 segundos de telejornal. Depois dá a telenovela e o reality show e o resumo da jornada do pontapé na bola e damos qualquer coisa nas campanhas à porta do hiper e do super.
[Imagem de Peter Hapak]