|| O cão de Pavlov
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Confortavelmente sentado em cima do score atingido pelo Bloco de Esquerda nas Eleições Autárquicas 2013:
"se estivesse no lugar do primeiro-ministro pedia a demissão"
O governo ficou mais isolado e mais fraco depois das eleições autárquicas deste domingo, acrescentou.
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«O alvo dessas alegadas tentativas de “condicionar” teria sido Luís Valente de Oliveira, de acordo a descrição à SÁBADO de duas fontes próximas de Rui Moreira. Alguém muito próximo de Cavaco Silva terá tentado convencê-lo a não apoiar o independente Rui Moreira. Mas Valente de Oliveira, que é o presidente da Assembleia Municipal de Porto, não se deixou "afectar", pelo menos tendo em conta o discurso público do novo presidente da Câmara do Porto. O ex-ministro cavaquista (foi 10 anos ministro de Cavaco e integrou o Governo de Durão Barroso) acabou por ser o mandatário da candidatura independente.
Rui Moreira estava convencido que o Presidente da República desejava a vitória de Luís Filipe Menezes, candidato oficial do PSD, por achar um risco para o sistema partidário o sucesso de um independente numa cidade tão importante. Não terá sido indiferente, também, o facto de ter sido o Palácio de Belém a advertir a Assembleia da República para a gralha na lei de limitação de mandatos: onde se lia presidente "da" câmara, devia ler-se presidente "de" câmara, o que poderia originar uma interpretação da lei mais favorável a Luís Filipe Menezes, que atingira o limite de mandatos em Gaia. Daí ter incluído o recado no discurso.
O sucessor de Rui Rio no Porto, que apoiou Mário Soares nas Presidenciais de 2006, foi tendo ao longo dos anos várias intervenções críticas de Cavaco Silva.»
[Imagem via Cavaco Silva A Olhar Pra Cenas]
Uma interpretação manhosa, à laia do Governo e dos seus escudeiros com avenças cativas na comunicação social, é legítima: Os "mercados" reagiram positivamente aos acórdãos do Tribunal Constitucional e à derrota colossal dos partidos da maioria nas eleições autárquicas.
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"Ele [Passos] uma vez foi honesto"
Também disse que é "o pior presidente do PSD de sempre”, não disse que é o pior primeiro-ministro de sempre, não vá Cristo, por qualquer razão, descer à terra.
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A resposta dos portugueses aos apelos do primeiro-ministro à "união nacional", do ministro da Propaganda, Poiares Maduro, ao "consenso", e do Presidente da República a um "governo de salvação nacional" à roda do governo da direita e de iniciativa presidencial, foi dada. O resto é conversa.
Não é o centro do poder democrático, nem tão pouco o governo da proximidade, é "o centro da autoridade mais próximo do cidadão". A direita autoritária, por mais sorrisos que ponha, por mais falinhas mansas que tenha, por mais ginástica artística que faça, alguma vez lhe há-de fugir a boca para a verdade. Não é defeito, é feitio. Vamos todos repetir muitas vezes "autoridade, autoridade, autoridade".
[Imagem fanada no blog do Tiago]
"Não devemos deixar que outros decidam por nós. Apelo a que todos exerçam os seus direitos de cidadania". Ai devemos, devemos! Basta manter um Governo [de iniciativa presidencial] moribundo em funções, e recusar que os portugueses exerçam o seu direito de cidadania com apelos a governos de salvação nacional "um Presidente, um Governo, uma maioria, e uma oposição". ¿Por qué no te callas?
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Não, senhores da Comissão Nacional de Eleições, aquilo que se vê na imagem não é o arco da Rua Augusta em Lisboa.
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Depois das 60 – sessenta – 60 pontes a ligar o Porto e Gaia, Woody Allen na Ribeira:
«Aniki Bebé, Aniki Bobo, Passarinho Totó, Berimbau, Cavaquinho, Salomão, Sacristão, Polícia! Ladrão!»
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De 2011 a 2013 não falou. Do Boletim Estatístico do Banco de Portugal não falou. Da dívida superior a 130% do PIB não falou. Dos mais de mais de 5 mil milhões de euros no último trimestre não falou. Dos 60 milhões de euros por dia - a 2,5 milhões por hora, não falou. Dos 107,2% do PIB em 2011 para os 131,4% do PIB em 2013 não falou.
No final da homilia levou muitas palmas, supõe-se.
[Imagem "The Northampton Clown", fanada no The Independent]
Ao invés de andar a declarar que a vitória é por mais um voto que o partido no poder e pela conquista da presidência da Associação Nacional de Municípios, assobiando para o lado pelas autarquias emblemáticas que vai perder – para o PSD e para a CDU, ou deixar de conquistar – também para o PSD e para a CDU, capitais de distrito e grandes centros urbanos, o PS parasse para pensar por que razão, por que razões não descola, nas sondagens, do partido do pior Governo da história da democracia, apoiado pelos dois piores grupos parlamentares de que há memória, com o maior défice de cultura política e democrática [maior défice cultural também], desde a Constituinte de 1975, e responsável pela maior dose de austeridade por que algum português vivo alguma vez passou, e pelo maior retrocesso económico e social de que há memória, se calhar não era necessário um apelo patético ao voto.
Se, e fase à incompetência do legislador, o princípio subjacente no acórdão do Tribunal Constitucional parece ter sido o mui futeboleiro "em caso de dúvida beneficiar a equipa que ataca", porque é que não foi o "por que razão, ou razões, se deram eles ao trabalho de fazer a Lei?"?
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