O princípio é sempre o mesmo. Não há dinheiro para a educação? As escolas e as universidades que façam parcerias com "as marcas". Mão há dinheiro para a saúde? Os hospitais que façam parcerias com "as marcas". Não há dinheiro para a investigação? Façam parcerias com "as marcas". E depois, com "as marcas" dentro do campus, dentro dos hospitais, dentro dos centros de investigação, se "as marcas" quiserem ditar as políticas educativas, as políticas de saúde, o que deve ou não deve ser investigado, isso é lá com "as marcas", assim como é de "as marcas" o dinheiro que financia e patrocina as escolas, as universidades, os hospitais, os centros de investigação, já que ao Estado, pela ausência, cabe a função de facilitador de negócios, às "as marcas".
Que a senhora presidente da Assembleia da República queira estender estes mui liberais princípios a um órgão de soberania, eleito pelo voto popular, não devia estranhar a ninguém, afinal é só mais um personagem da tralha cavaquista, saída das listas dos liberais que são social-democratas/ dos social-democratas que são liberais [riscar o que não interessar], com a reforma patrocinada pela marca "Contribuinte" e a tentar fazer com a casa da democracia o que o Governo, suportado pela bancada parlamentar de onde saiu, faz com o país.
«A presidente da Assembleia da República, Assunção Esteves, colocou em cima da mesa a hipótese de recorrer ao mecenato (patrocínio) para suportar os custos financeiros de algumas iniciativas para assinalar o próximo 25 de Abril.»