"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
O candidato que consegue a proeza de entrar na história ao ser o único político português a faltar a um debate eleitoral na televisão para comentar futebol e, depois de eleito, ser o único partido a faltar a uma audição com o Ministro das Finanças para debater o Orçamento do Estado enquanto, com a falta de comparência na Comissão de Orçamento e Finanças, impede a discussão parlamentar sobre a realização de uma nova auditoria ao Novo Banco, argumenta agora que se o Parlamento chumbar o seu pedido de suspensão de mandato o vai obrigar a interromper a campanha para as presidenciais por constantes deslocações à Assembleia da República, passando um atestado de estupidez aos portugueses que não sabem que o que está em cima da mesa é a duplicação do tempo de antena, o Ventas nas Presidenciais 2021 e Amorim, o fascista-colonialista e ex terrorista-bombista assumido, no Parlamento.
O Ventas do Chaga chamou as televisões as rádios e os jornais para anunciar que por ser candidato presidencial pediu a suspensão do mandato de deputado e que já tinha enviado o pedido ao presidente da Assembleia da República e que se Ferro Rodrigues recusar o pedido vai recorrer para o Tribunal Constitucional e o caralho ficando subentendido, por antecipação, que o Ferro, um socialista, é um manhoso do caralho que vai empatar a coisa, que ele já está tomado de ponta na sua luta contra o sistema a corrupção os pretos os ciganos os imigrantes e o caralho também. E as televisões e as rádios e os jornais reproduziram tintim por tintim o que o Ventas do Chaga quis que elas reproduzissem sem se preocuparem em perguntar ao manhoso do caralho do Ferro Rodrigues se era mesmo verdade o que o Ventas tinha acabado de dizer nem perguntado ao Ventas do Chaga porque é que Defensor de Moura, Francisco Lopes, Jerónimo de Sousa, Francisco Louçã, Basílio Horta, Carlos Carvalhas também foram candidatos presidenciais sem pedido de suspensão de mandato nem convocatória da televisões, rádios e jornais para a vitimização pública, e assim o Ventas teve mais 3 minutos de fama, vítima da democracia na sua luta contra a democracia e o caralho. E enquanto as televisões faziam o favor de dar mais 3 minutos de tempo de antena ao Ventas do Chaga na sua luta contra a democracia e o Estado de direito não falavam que caso o Ventas do Chaga veja o seu pedido de suspensão de mandato ser aceite pela Comissão de Transparência da Assembleia da República o acento [não é gralha] no Parlamento vai ser ocupado por Diogo Pacheco de Amorim, vice-presidente do Chaga, colonialista convicto e assumido, ex movimento fascista MIRN, ex MDLP dos bombistas terroristas de Spínola, adjunto de Ribeiro e Castro no CDS e de Manuel Monteiro no Nova Democracia. Um democrata como o[s] chefe[s].
Chicão, armado em Chico-esperto no dia a seguir ao 1% que lhe dão as sondagens, aparece no acampamento da greve da fome frente ao Parlamento, depois de avisar as televisões todas, e sai com o rabo entre as pernas.
Num mundo perfeito Pedro Passos Coelho tinha telefonado a Christine Lagarde e agora tínhamos o @psocialista em peso, mais os avençados e ilhas adjacentes, em pé de guerra nas "redes" e no comentário televisivo, contra a subserviência do poder político ao poder económico e a uma tecnocrata nomeada por interesses mais ou menos obscuros, enquanto ignora a Constituição de um país soberano e as decisões saídas de um Parlamento eleito em eleições livres e democráticas.
No discurso de encerramento do debate parlamentar na apresentação do Orçamento do Estado para 2021 a cargo do ministro da Economia, a páginas tantas Siza Vieira deixa cair "para ultrapassar esta pandemia que não criámos".
Um Orçamento do Estado dum Governo minoritário do Partido Socialista é aprovado no Parlamento só com os votos do Partido Socialista, ninguém votou nada ao lado de ninguém.
Malgrado a barragem de propaganda nos media, pela opinião publicada e falada nas duas semanas que antecederam o debate do Orçamento do Estado, no sentido de atribuir a culpa de uma hipotética crise política ao Bloco de Esquerda, os 30 minutos do discurso de abertura de António Costa são gastos, que é diferente de usados, a justificar-se.
Tudo somado o resultado é: licenças de parentalidade, trabalho parlamentar no distrito por onde se é eleito, baixas por doença, missões parlamentares no estrangeiro. E a Covid-19 e o confinamento. A Covid-19 e o confinamento em que aos eleitos foi pedido para que ficassem em casa e onde só xis deputados por partido marcavam presença no Parlamento.
Mau jornalismo, este do Diário de Notícias. E só não é um bom serviço ao Ventas do Chaga porque esse falta mais que todos os outros e por razões que nada têm a ver com a função para a qual foi eleito.
«o primeiro-ministro reiterou que o Estado apenas emprestou dinheiro ao Fundo de Resolução. "É dinheiro que está a render"», disse, a propósito da recapitalização do Novo Banco, Passos Coelho em 23 de Setembro de 2015, e com isso levou com o PS todo em cima, desde o Parlamento aos blogues, passando pelo Facebook e pelo Twitter e pelas colunas de opinião dos avençados diversos na imprensa escrita.
Ontem, no debate quinzenal no Parlamento, António Costa saiu-se com esta e levou com o PS todo em cima, a aplaudir. muito.