O fiscal da Câmara, update
Municípios vão ganhar poder sobre a ASAE
[Imagem de autor desconhecido]
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Municípios vão ganhar poder sobre a ASAE
[Imagem de autor desconhecido]
Não deixa de ser no mínimo curioso ver quem se entreteve desde 2005 a perseguir e a multar actividades de carácter artesanal e de subsistência familiar, e cujas origens se perdem nos fundos dos tempos, como os [raros] produtores de medronho nas serras algarvias que escaparam à eucaliptização, e os [poucos] produtores de azeite nas aldeias da Guarda, quase todas desertas pela emigração, passando por outras mais recentes, completamente inócuas, e que fazem parte do imaginário colectivo de todos os portugueses, que vão desde os vendedores de bolas de Berlim nas praias até aos galheteiros, colheres de pau ou pão destapado dentro das cestas em cima das mesas dos restaurantes, apelar para o bom senso «num caso que consideram ser “imoral e leviano”».
Bom senso no vocabulário da ASAE. Deixa-me rir.
[Imagem de autor desconhecido]
Fui ali malhar um entrecosto assado no carvão (excelente, diga-se), num daqueles restaurantes na entrada de Setúbal à beira da N10, onde costumam parar os camionistas e onde uma dose custa 8 euros com tudo incluído, e dá para uma família daquelas inscritas na Ass. Nacional de Famílias Numerosas.
Chega um Mercedes SLK – “qualquer coisa”, com dois cromos equipados como se fossem à tomada de posse do Presidente da República. Sacodem ruidosamente as cadeiras e como não ficou perfeito, chamam a empregada e pedem que as limpe. Pedem à empregada que substitua a toalha de pano que serve de base à toalha de papel. A toalha foi substituída, mas antes que a de papel assentasse, foi necessário substituir novamente a de pano que havia acabado de chegar porque tinha “não sei o quê”. Pedem a ementa e a empregada diz de cor o que havia para comer. “Mas não há ementa?”; “Não”. Pedem a carta dos vinhos e a empregada diz de cor “vinho da casa, Terras do Pó” e um José Maria da Fonseca qualquer. “Mas não há carta dos vinhos?”; “Não”. A empregada coloca em cima da mesa um pires com azeitonas, um cesto com pão e dois cubos de manteiga. “Mas não há entradas?”; “Não”. Inspeccionaram microscópicamente os talheres e cheiraram os pratos (!!!). Tudo isto sem que a rapariga alguma vez mostrasse má cara ou respondesse torto.
Pedi rapidamente a conta e fui tomar café a outro lado (apesar de incluído no menu) porque:
Hipótese 1: - Estava quase a pregar com um osso do entrecosto nos cornos de um dos cromos.
Hipótese 2: - Fui tomado por um inexplicável pavor que um dos cromos agarrasse no telemóvel e chamasse a ASAE, que por sua vez nos obrigasse (a mim e aos camionistas) a vomitar o que tínhamos acabado de comer.
Há pessoal que não fode para não sujar o pau
(Imagem Orient Express via Independent)
E agora com licença que vou até ali a casa duns amigos, despachar umas sardinhas escorchadas e umas entremeadas no carvão, carregadinhas de sal e manuseadas sem luvas, mais uns enchidos do Alvito, tudo acompanhado com uma água-pé tinto da zona de Fernão Pó, que nem que os asaes se mordam todos lhes passa pelas beiças. Se houver tempo e espaço no alforge ainda atacamos umas castanhas e uma bagaceira, feita à socapa no mesmo sítio da água-pé, e que se S. Martinho quiser, porque nós queremos de certeza, também não há-de passar pelas goelas dos encapuzados do António Nunes. E os putos - grande e pequenos - também comem. Não há cá paneleirices de McDonald's e Pizza Hut. E falamos do Obama, de manifestações e nacionalizações, do Benfica e de outras coisas assim importantes. E os putos também ouvem as conversas. Amén.
(Imagem: S. Martinho em calcário, ano de 1531, Museu Gulbenkian)
O que aparece na imagem é um PrintScreen de um Magnify User das visitas efectuadas ontem aqui ao blogue e registadas pelo Statcounter.
Assim, às 03:58:25 PM a Autoridade De Segurança Alimentar E Económica andou por aqui à procura de Peças de Automóvel Contrafeitas. Nem uma anilha para o Bujon do Carter encontraram…
É assim que a tropa de elite do senhor António Nunes trabalha? Cromos!
(Atenção pessoal da candonga: está na calha a próxima operação com acompanhamento em directo pelas televisões. Agora por candonga... )
Apesar de me terem censurado o blogue no Espaço Internet, não se inibem de me visitar todos os dias. Às vezes com uns downloads de fotos pelo meio.
Assim como assim, as fotos do blogue também são roubadas noutros lados (como aliás vem sempre explicitado); e ladrão que rouba a ladrão… Podiam era ter um mínimo de vergonha na cara. Por uma questão de ética, o que não é bom para os outros lerem, também não deveria ser para eles. Mas enfim… países do Sul, mais Inquisições e Fascismos. Estas coisas levam o seu tempo a curar.
Esta semana comecei a receber visitas com origem aqui. É agora que me vão encerrar de vez o estaminé? Vai acontecer um destes dias, estar furiosamente a teclar um post, e ver entrar pela casa dentro depois de me terem arrombado a porta, uns encapuzados vestidos de azul e de arma em punho e com o António Nunes logo atrás brandindo um mandato?
Pelo menos que me dêem algum tempo para arranjar outro poiso. E nem peço tanto como o que foi concedido à Assembleia da República!
(Foto roubada ao La Repubblica)
O gigante da fabricação de brinquedos Mattel, decidiu retirar do mercado a Dora, de cognome “a exploradora”, mais o macaco Boots e a raposa Swiper. Pelo que consta são fabricados na China e não obedecem às normas de segurança porque contêm um elevado nível de chumbo. Grande coisa! Um brinquedo fabricado na China que não reúne as condições de segurança. A Mattel descobriu a pólvora?! Adiante. Isto não seria uma das funções da ASAE, retirar do mercado produtos nocivos à saúde do consumidor? Seria, é, e continuará a ser. Só que os meios humanos são escassos e há que definir prioridades. Uma vez que o teor de chumbo existente nas Bolas de Berlim é superior ao dos bonecos da Mattel, a ASAE decidiu, e muito bem, concentrar esforços na Praia da Rocha e Albufeira.
Já agora podiam também retirar o desenho animado dos canais de televisão. Vocês sabem lá o que é tentar ficar um bocadinho mais na cama ao fim-de-semana, e ser acordado por um boneco com tom de voz para lá do irritante, que tenta ensinar os nossos filhos falar inglês! “Vamos seguir o mapa”, digam comigo: “Fol-low-the-map! Fo-low-the-map! “Até ao jardim”, digam comigo: “Un-til-the-gar-den, Un-til-the-gar-den”. Os pais agradeciam.
Passou no telejornal da SIC uma reportagem sobre uma acção de inspecção da ASAE , que incidiu sobre os barcos da apanha de marisco que operam ao largo do Algarve. Foi inspeccionada uma “esquadrilha” de barcos. De todos os barcos inspeccionados, um era espanhol, todos os outros eram portugueses. Todos foram multados, à excepção do espanhol que era o único que operava em condições de higiene e segurança. Entrevistada a tripulação, descobriu-se que eram todos portugueses; desde o mestre aos marinheiros. Porquê? Pergunta o repórter; resposta unânime: ganhamos o dobro do que ganharíamos
Insólito! Vejo no Telejornal uma rusga da GNR, algures numa feira no Algarve. GNR´s, todos de óculos escuros, contrafeitos, a apreenderem óculos escuros contrafeitos, numa banca de um feirante!
Insólito!