In Memoriam
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Os sais de fruto ENO ofereciam um foguete em plástico, tamanho de um dedo indicador. Uma base-recipiente tripé em encarnado, que vermelhos eram os comunistas, e uma cápsula-foguete branca, oca. Na base colocava-se um cadinho de sal de fruto com água, punha-se em cima a cápsula e a efervescência disparava a Apolo 11 em direcção da Lua no candeeiro do tecto. Weeeee! Lá ia ela com o Armstrong, o Neil e o Buzz a bordo. Não havia sal de fruto que durasse lá em casa até a mãe ter dado sumiço ao foguetão. Nunca lhe perdoei o atentado. No tempo em que o mundo era uma coisa simples e havia bandos de putos a brincar na rua e pouca gente tinha televisão. Passávamos na porta das tabernas, cafés era noutro bairro, todas apinhadas de casacos de pescadores de pescoço no ar e pontas de três vintes e definitivos e kentuques castanhos no canto da boca a olhar para o ecrã, vá-se lá saber porquê, sempre em cima duma prateleira a dois metros e meio do solo, uma imagem rançosa a tremer a preto-e-branco e ainda tremia mais quando passavam os escapes das zundappes e das casais na rua, carregados bairro acima com tudo o que se pudesse carregar. Tintos traçados e dominó na mesa de tampo de mármore branco na terra e o homem na Lua. É mentira, é treta dos amaricanos, pode lá ser?! E depois aquela sala de controlo cheia de homens com o cabelo cortado à homenzinho, por cima da orelha, todos muito bem penteadinhos e barbeadinhos, de camisa branca e gravata muito alinhadinha, sempre a olharem para uma televisão, à sua frente num painel cheio de botões. Cada um tinha a sua, amaricanices, não era como na taberna do João Bicho, uma televisão para todos. Anos mais tarde quando veio a invasão dos Helders a fazerem perguntas escondidas atrás da palavra do Joseph Smith ainda houve alguns que lançaram "olha os amaricanos da NASA!".
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Um pequeno passo para um homem, um salto gigantesco para a humanidade
LEGO builds a life-size version of buzz aldrin's apollo 11 spacesuit
"[...] Tu, que descobriste o cabo da Boa-Esperança
e o Caminho Marítimo da índia
e as duas Grandes Américas,
e que levaste a chatice a estas Terras
e que trouxeste de lá mais gente p'raqui
e qu' inda por cima cantaste estes Feitos...
Tu, qu'inventaste a chatice e o balão,
e que farto de te chateares no chão
te foste chatear no ar,
e qu'inda foste inventar submarinos
p' ra te chateares também por debaixo d'água,
Tu, que tens a mania das Invenções e das Descobertas
e que nunca descobriste que eras bruto,
e que nunca inventaste a maneira de o não seres
Tu consegues ser cada vez mais besta
e a este progresso chamas Civilização!"
A Cena do Ódio de José de Almada Negreiros, Poeta Sensacionista e Narciso do Egitpo.
Apollo 11 - Mission type: Crewed lunar landing
Podemos continuar com o orgulho pátrio intacto. Afinal os Descobrimentos ainda continuam a ser o maior feito da História da Humanidade. E o Elvis está vivo (e quiçá o Michael Jackson também) e avó Ilda morreu coberta de razão.
Nos 40 anos da grande odisseia, será politicamente incorrecto evocar aqui a Operation Paperclip e Wernher von Braun, Arthur Rudolph, Hubertus Strughold, Konrad Dannenberg, entre outos, cientistas nazis por detrás do programa espacial do presidente Truman?
(Imagem fanada na Time Magazine)
Nos 40 Anos da grande odisseia:
David Bowie - First TV appearance 1970 – Space Oddity