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DER TERRORIST

"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.

||| Who gives a shit?

por josé simões, em 30.03.14

 

 

 

O senhor, pai do senhor primeiro-ministro, não se revê no Portugal «onde a falta de educação é encarada com normalidade e se insultam ministros e presidentes». Se calhar como reacção aos insultos de que são vítimas, diariamente, os cidadãos por parte do senhor primeiro-ministro de quem o senhor é pai e do senhor seu tutor, o Presidente da República de uma parte cada vez mais pequena dos portugueses. «Vejo tudo isto com muita preocupação». Ele e nós.

 

 

O senhor, pai do senhor primeiro-ministro, ficou desolado com o Portugal «sujo e imundo», deixado por Salazar e por quase 50 anos de ditadura fascista, no seu regresso de São Paulo da Assunção de Loanda, logo após a independência duma Angola, «florida e limpa», entre a residência e o local de trabalho, pela marginal duma baía povoada por portugueses de primeira e portugueses de segunda e ainda os "calcinhas", chapéu na mão e espinha dobrada, sim patrão sim patrão, 50 angolares, e o musseque higienicamente para lá do cordão sanitário.

 

O senhor, pai do senhor primeiro-ministro, ainda teve tempo para se admirar «com o desleixo das pessoas, mal vestidas e de barba por fazer, e a alegria que não parecia natural», por contrataste com os fatos de corte colonial e os pés descalços, ou com chanatos de sola de pneu de automóvel do branco, calções feitos de calças velhas, aproveitadas do patrão, e a alegria natural da chibata de quem mandava numa Angola que era nossa. A ordem natural das coisas.

 

Who gives a shit para o que o senhor pai do senhor primeiro-ministro pensa?

 

[Imagem]

 

 

 

 

 

 

|| O menino do papá

por josé simões, em 22.05.13

 

 

 

A direita da família, da família tradicional, da família tradicional núcleo central da sociedade, da família tradicional núcleo central da sociedade para a responsabilização individual, da família tradicional núcleo central da sociedade para a responsabilização individual e colectiva [não é repetição desnecessária, é assim mesmo que funciona], a direita do quase avô que ainda é jota, a direita do quase avô que ainda é jota e é jovem empresário, jovem agricultor, jovem empreendedor, jovem et caetera, jovem enquanto o progenitor for vivo na cadeia alimentar, a direita disso tudo é cobarde e manda recados, e mensagens encriptadas nas entrelinhas, escondida atrás das calças do pai:

 

"É evidente que posso fazer isso, mas vai ser uma tragédia para o país. Tudo o que conseguimos cai de um dia para o outro, todo o critério internacional cai de um dia para o outro, vamos ter outro resgate, vamos ter uma austeridade pior que esta. Isto está na minha mão. Como é que eu posso fazer isso?".

 

E o que responde o pai do homem providencial insubstituível com uma missão a cumprir na vida terrena antes de comparecer frente ao Criador? "Isto não tem conserto. Entrega isto" que alguém há-de pagar o arranjo da merda que fizeste. A educação familiar da direita, da direita da família, da família tradicional, da família tradicional núcleo central da sociedade, da família tradicional núcleo central da sociedade para a responsabilização individual, da família tradicional núcleo central da sociedade para a responsabilização individual e colectiva.

 

[Imagem de Vivian Maier]