"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
«No terceiro milénio a maior parte do planeta Terra está transformado num deserto inabitável. A maioria da população reside em grandes metrópoles onde o sistema de justiça tradicional foi substituído por um corpo de juízes "4 em 1": oficial de polícia, juiz, júri e carrasco», tradução livre minha.
A judicialização da vida política ou como as iniciativas da Associação Sindical dos Juízes Portugueses [só por si passível de um olhar atento de Hollywood, um órgão de soberania com sindicato] "cheiram" demasiado a filme de ficção científica manhoso.
Parece que ainda há quem com bom senso neste país e um mínimo de respeito pelo dinheiro dos contribuintes, para dar razão a quem resolveu um dia acabar com o escândalo que era o juiz, residisse ou não na localidade, receber um subsídio para habitação no valor de 775 – setecentos e setenta e cinco – 775 euros, no país do salário médio a rondar os €600.
Adenda: Depois do deputado do PSD pela Madeira, Guilherme Silva, ter afirmado, com todos os dentes que em na boca, que a Lei da Finanças Regionais não valia um chavo por ter sido aprovada apenas com os votos do PS, noto aqui um upgrade do “principio Guilherme Silva? «o presidente da Associação Sindical de Juízes, António Martins, limitou-se a dizer que presta a sua “homenagem aos três juízes conselheiros que votaram vencidos pelas razões jurídicas invocadas”» [Negrito meu].
Estou farto de tentar encontrar uma razão (atendível) para ser o dinheiro do contribuinte a pagar a renda da casa do senhor juiz que já não é “de Fora” nem de nomeação régia.