"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
Ainda bem que foi Augusto Santos Silva a chamar o boi pelo nome, se fosse outra personalidade, à direita ou à esquerda, o resultado era a união das massas à roda da espuma Seguro, a tal "vaga de fundo" por que todos anseiam.
So far, Mário Centeno, Marques Mendes, Tozé Seguro, agora Santana Lopes. Não se percebe como é que o almirante ganha a todos com uma perna as costas nas intenções de voto, não se lhe conhece "o pensamento político", dizem. Não lhes ocorre que ganha a todos, enquanto limpa o cu a meninos, precisamente por isso, por toda a gente conhecer os outros de ginjeira.
Em situação normal só o ouvir pronunciar "esquerda socialista" era suficiente para pôr a direita de crucifixo, colar de alho numa mão e água benta na outra. Mas como a situação é de emergência, e em tempo de guerra não se limpam armas, a direita mostra como exemplo da "responsabilidade democrática" e do "sentido de Estado" a "esquerda socialista".
Parafraseando, são socialistas mas são os nossos socialistas.
«São 15 os apoiantes de Seguro contra Costa que foram eleitos para o Parlamento - é um sexto grupo parlamentar que, se desalinhado com direção, pode ser 'namorado' pelo PSD/CDS.»
Esta notícia, que não tem a ponta de um corno a ver com o processo em que José Sócrates se encontra envolvido, sai logo no dia a seguir ao director do Jornal de Notícias, Afonso Camões, ter acusado os magistrados do processo em que José Sócrates se encontra envolvido de serem as fontes das "fugas de informação" para os jornais de detalhes, peripécias e fait-divers vários. O mesmo que o camarada infiltrado no circulo do secretário-geral fazia com o camarada de partido militante de base, com uma pequena diferença, os directores do Correio da Manha, do Sol e do i, não são magistrados ligados ao processo-em-segredo-de-justiça de José Sócrates, já que militantes do mesmo partido não sei.
E não se fala mais nisso, em Afonso Camões em Carlos Alexandre em Rosário Teixeira e em Joana Marques Vidal, Procuradora-geral da República.
Parece que cabe a António Costa fazer tudo o que estiver ao seu alcance para desfazer o que António José Seguro fez, dividir e escaqueirar o partido. Parece também que a ideia dos "seguristas" é ter alguém a fazer o que António José Seguro não fez, a defesa da liderança anterior à sua e da história do partido, nem que para isso tenham, os "seguristas", de continuar a escavar na divisão do partido com a invenção de nomes para o congresso.
Mora nas Caldas da Raínha mas vota na Guarda – 285 quilómetros, 3 horas e meia de viagem, €35 em gasolina + €22.65 de portagens.
Regressa depois a Lisboa para aguardar o resultado da votação – 318 quilómetros, 4 horas de viagem, €40 em gasolina + €23.10 de portagens.
A pegada de carbono deixada pelo senhor que diz coisas só para alimentar o circo regionaleiro-futeboleiro-trauliteiro dos descamisados contra os engravatados, dos cavadores das terras altas contra os doutores da planície de Lisboa.
Nuno Godinho de Matos, o rosto da promiscuidade entre política e negócios, apoia António Costa. E um gajo que assaltou uma mercearia, o rosto da pequena criminalidade, que apoia António Costa. E outro que teve sexo com uma galinha, o rosto da depravação, que também vota em António Costa.
Ainda não há estudos de opinião sobre a percentagem de Pê Pê Dês traço Pê Ésse Dês inscritos nas directas do PS de dia 28 de Setembro [que raio de data...]. De estranhar a placidez da Marktest, da Aximage, da Eurosondagem, da Universidade Católica [que, aliás, nunca acerta uma], or ever, sobre o fenómeno que é a abstenção aumentar de eleição para eleição mas haver uma corrida ao boletim de voto para eleger o candidato a primeiro-ministro pelo PS... Mas, se ainda têm dúvidas de que António José Seguro é o candidato da direita, a eleger pela direita para uma evolução na continuidade, é ir ler o editorial de hoje no i, assinado por Luís Rosa.
Aplaudir de pé o discurso do ódio de Cavaco Silva no dia da tomada de posse?
Mandar o Proença da UGT aprovar o Código do Trabalho antes de lhe dar um lugar no Secretariado do partido?
Mandar a bancada parlamentar abster-se na votação do Código do Trabalho na Assembleia da República?
Votar favoravelmente o aumento das mais-valias aos patrões e accionistas e a descapitalização da Segurança Social como nome de reforma do IRC?
Votar favoravelmente o Tratado Orçamental ao lado do PSD e do CDS?
Ficar mudo e quieto obrigando alguns deputados do PS a aliar-se ao Bloco de Esquerda e ao PCP para pedir a fiscalização sucessiva do Orçamento do Estado?