|| À flor da pele
O mais importante, para perceber o que foi e o que é, ficou por dizer [ou passou-lhes/ passa-lhes ao lado?] que foi o factor "idade da inocência" da geração dos políticos profissionais que chegou agora ao poder. Os putos que por alturas da revolução de Abril/ PREC tinham entre 13 e 16 anos e que viveram a democratização da vida pública, da política literalmente na ruas, da paixão e dos ânimos exaltados, da ideologia por todos os poros, de quem ia para as jotas como poucos dias antes ia para os escuteiros ou para as colectividades de bairro canalizar energias a organizar torneios desportivos ou marchas populares. Ninguém da colheita que vai de Paulo Portas a José Sócrates passando por Pedro Passos Coelho aderiu ao partido, se entregou à política, a fazer contas de cabeça sobre a profissionalização ou sobre os "benefícios" futuros de um emprego no Estado ou numa 'major' no sector privado, aquilo era tudo genuíno e voluntarista, à flor da pele. Os profissionais-calculistas nasceram depois disso, muito depois.
[Imagem de autor desconhecido]