"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
Se Emmanuel Macron não não tivesse testado positivo a foto de António Costa no teste à Covid-19 tinha aparecido, logo nas horas seguintes, ainda dentro do período de incubação, como nunca apareceram fotos a anteceder todas as viagens que o primeiro-ministro efectuou ao estrangeiro?
Para aqueles que acham que o "a pão e água" tem alguma coisa a ver com a [justa] reivindicação da indústria hoteleira e restauração, a ser negociada com o Governo pelas respectivas organizações representativas.
"Isto é o pior fascismo de regra que conheci. Tivemos um filho da p*** assim na Jugoslávia há 17 anos, passámos 21 dias de fome e derrubámos o filho da p*** do ditador do Milosevic. Isto também tem de cair".
E depois de terem recebido com aplausos o Ventas do Chaga numa manif convocada para o Rossio que se dizia apartidária, ainda se dão ao luxo de gozar com todos os portugueses que sofreram 48 anos de fascismo na pele.
Num mundo perfeito Pedro Passos Coelho tinha telefonado a Christine Lagarde e agora tínhamos o @psocialista em peso, mais os avençados e ilhas adjacentes, em pé de guerra nas "redes" e no comentário televisivo, contra a subserviência do poder político ao poder económico e a uma tecnocrata nomeada por interesses mais ou menos obscuros, enquanto ignora a Constituição de um país soberano e as decisões saídas de um Parlamento eleito em eleições livres e democráticas.
Logo após António Costa ter anunciado as novas medidas contra a Covid 19, Bernardo Ferrão, alegado sub-director da SIC Notícias, aparece na televisão do militante n.º 1 a acusar o primeiro-ministro de se escudar na Lei, es - cu - dar - na - Lei. Ainda o Ferrão estava deslumbrado com a profundidade da sua análise já Rui Rio estava a dar à unha no Twitter, a tresler a Lei, de forma a que fosse proibido, por Lei, o Congresso dos comunistas a realizar no mesmo dia em que o seu colega do Chaga reúne o Conselho Nacional em concelho de risco muito elevado.
Malgrado a barragem de propaganda nos media, pela opinião publicada e falada nas duas semanas que antecederam o debate do Orçamento do Estado, no sentido de atribuir a culpa de uma hipotética crise política ao Bloco de Esquerda, os 30 minutos do discurso de abertura de António Costa são gastos, que é diferente de usados, a justificar-se.
Argumentar que um eventual chumbo do Orçamento do Estado pelo Bloco de Esquerda é chamar Passos Coelho - o agregador da direita, para lhe entregar o poder de volta, tal e qual o chumbo do PEC IV de Sócrates, é só má-fé argumentativa e deliberadamente ignorar que Passos Coelho foi a votos, que ganhou em eleições livres e democráticas, que nem o PCP nem o Bloco metem quem quer que seja a governar, e fazer de conta que António Costa não se meteu no buraco onde se encontra quando disse "No dia em que a sua subsistência depender do PSD, este Governo acabou" e que agora, com a cumplicidade dos media e dos paineleiros-comentadeiros com lugar cativo, atira o ónus da culpa para os ex-parceiros da 'Geringonça' e espera que se anulem e abdiquem dos seus princípios em função do Governo minoritário PS, numa espécie de TINA 2.0?
António Costa, o cidadão, integra a comissão de honra do presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira que, enquanto cidadão, provocou perdas de 225 milhões ao Novo Banco, cobertas pelos impostos dos cidadãos, benfiquistas ou não, gostem ou não de futebol, nas legislativas eleitores ou abstencionistas.
Quando és apanhado com as calças na mão e tens o gabinete pejado de assessores e adjuntos abanadores de rabo, nascidos dentro do partido, alguns dentro do próprio aparelho do Estado, cuja única experiência profissional é assessorar e adjuvar quando o partido é poder, que trabalham em cima do joelho em função das indignações no Facebook e no Twitter, os famosos "focus group", e que têm uma vaga ideia de ter lido algures e falado não sei onde que o Obama ganhou a eleição nas redes, by the way, o Trump também e o Ventas vai bem lançado, o resultado só pode ser este.
"António Costa defendeu hoje, depois de se encontrar com Viktor Orbán, que a questão do Estado de Direito na Hungria, embora "central" para Portugal, não deve ser relacionada com as negociações sobre o plano de recuperação."
Quatro anos depois da 'Geringonça' e de ter recusado todas as propostas da esquerda para mais regulação e para a reversão do código do trabalho do governo da Troika: