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DER TERRORIST

"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.

E agora?

por josé simões, em 14.03.24

 

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Ouvir Bernardo Ferrão, na televisão do militante n.º 1 com a maior cara de pau, dizer que o taberneiro, coadjuvado pela Rita, se move como ninguém nas redes e plataformas,  dos Facebookes aos TikeTokes passando pelo Tuitas e pelo UotesApes, e que é daí o crescimento exponencial do partido, já que os outros ficaram parados no tempo, agarrados às velhas tecnologias que nem os velhos já usam, depois de termos visto a SIC e a SIC Notícias a todas as horas com o traste em grande destaque por tudo e por nada e ainda a interromperem programação para o ouvir em directo sobre nada e mais alguma coisa. "E agora?" Pergunta a revista Sábado depois da enésima capa com o taberneiro.

 

 

 

 

"Resolver problemas concretos das pessoas"

por josé simões, em 12.03.24

 

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Caos no Serviço Nacional de Saúde, caos na escola pública, falta de profissionais - médicos, enfermeiros, professores, especialistas; greves dia sim dia sim, com os transportes à cabeça a tirarem do sério qualquer um; descontentamento nas polícias, bombeiros e forças armadas, não entrando no problema habitação que passou a ser problema desde que uma casa deixou de ser um bem de primeira necessidade para passar a activo financeiro; o caldo que potenciou a ascensão do partido do taberneiro nas urnas, o tal partido que "não tem capacidade de expor e resolver problemas concretos das pessoas [e que agora fica] com a capacidade de influenciar a agenda da direita moderada na próxima legislatura". O PS, com o senhor à cabeça enquanto ministro das Finanças, obviamente não tem nada a ver com isto. Obrigado Fernando Medina pela lucidez da análise.

 

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No comboio descendente vinha tudo a gargalhada *

por josé simões, em 11.03.24

 

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"Estou contente". "Era preciso fazer qualquer coisa". "Vamos lá a ver desta". "Era preciso mudar". "Eram sempre os mesmos". "Uma vez uns, outra vez os outros". "Anos inteiros nisto". "A gente a trabalhar e eles no subsídio". "Foram para a política para se encherem". E "eles" nem sequer ganharam nada, foram a terceira força política mais votada, mas a dinâmica do discurso é a da vitória e da mudança, e esta percepção na opinião pública já é uma cabazada ao "sistema". Basicamente era este o teor das conversas, hoje no Fertagus, entre pessoas banais, daquelas com roupa das obras, das limpezas, fardas de segurança, pronto a vestir do mercado, nikes e lacostes da candonga. * No comboio descendente vinha tudo a gargalhada, uns por verem rir os outros, e os outros sem ser por nada.

 

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O centro, o centrinho, e os radicais

por josé simões, em 11.03.24

 

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Pedro Nuno moderou-se para conquistar o centro, que é como quem diz, Pedro Nuno abdicou de ser quem é para chegar a primeiro-ministro, porque as agências de comunicação, e outros artistas da "engenharia política", lhe disseram que é assim que a coisa funciona. O "mítico centro".

 

O taberneiro radicalizou-se ainda mais que o habitual, berrou, insultou, apontou o dedo a tudo e a todos, mentiu com quantos dentes tem na boca, lançou falsas acusações, e berrou outra vez, porque o seu instinto político assim lho ditou. E no final da noite tinha tinha roubado uma talhada de eleitores ao centro, onde aliás nasceu, recuperado um ror de eleitores à abstenção, e acabou a meter o centro no centrinho.

 

Todas as conquistas tiveram origem em lutas iniciadas por radicais em busca de uma utopia. E pelos vistos todos os retrocessos também. E onde é que ficou o centro? A trabalhar afincadamente na motivação dos radicais.

 

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Não ter a puta da vergonha na cara é isto

por josé simões, em 08.03.24

 

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Depois do regresso ao passado do que de pior a política portuguesa teve nestes 50 anos de democracia, um freak show de carreiristas oportunistas e outros incompetentes e medíocres, montado na campanha eleitoral de Montenegro; depois de ter falhado um encontro acidental com Montenegro na Bolsa de Turismo de Lisboa por causa de uma lata de tinta verde despejada por um imbecil climático, Marcelo faz saber pela habitual fonte da Presidência que tudo fará para evitar o partido do taberneiro no Governo, podem os indecisos ficar descansados e ir à cruzinha sem receio. Não ter a puta da vergonha na cara é isto.

 

[Imagem de autor desconhecido]

 

 

 

 

A Taberna do Papagaio

por josé simões, em 05.03.24

 

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O taberneiro sabe o nome da avó da Mariana, o taberneiro sabe o nome dos "terroristas do Raimundo" e dos "terroristas do Bloco", o taberneiro sabe o nome do gajo que no Twitter lhe vai roubar a eleição nas urnas, o taberneiro sabe o nome da escola dos filhos do Tavares, o taberneiro sabe como recuperar todo o dinheiro da corrupção, o taberneiro sabe tudo sobre a herança da mãe do Sócras, o taberneiro sabe tudo sobre os negócios da Sousa Real dos animais, o taberneiro sabe tudo sobre o percurso do Pedro Nuno desde a escola primária, o taberneiro sabe como tirar o dinheiro da economia paralela, o taberneiro sabe o nome de quem na casa-mãe lhe vai viabilizar um governo, quer o Montenegro queira ou não queira, o taberneiro sabe tudo só não sabe o nome dos financiadores da agremiação a que preside.

 

Havia nos 70's nas Fontainhas em Setúbal a Taberna do Papagaio, com o psittacidae que lhe dava o nome em cima duma lata de bolacha Maria de folha, quando a dita era vendida avulso dentro de um cartucho de papel, a repetir "gatuno! gatuno!" sempre que alguém se afastava do balcão sem pagar.

 

[Imagem de autor desconhecido]

 

 

 

 

Uma gamela sem fim

por josé simões, em 05.03.24

 

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Invocar a "estabilidade" e a "ingovernabilidade" do país para justificar uma aliança pós eleitoral com um partido xenófobo, racista, homofóbico, misógino, pejado de neo fascistas, nazis declarados, saudosos do Estado Novo, oportunistas e delinquentes, é tudo o que lhe quiserem chamar menos preocupação com responsabilidade e estabilidade governativa.

 

[Imagem de autor desconhecido]

 

 

 

 

O que vos espera

por josé simões, em 04.03.24

 

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O taberneiro descaiu-se e afiançou que uma das "forças vivas" do PSD que quer o bando de delinquentes como solução governativa é Ângelo Correia, o pai da criança Passos Coelho, das "gorduras do Estado" e da "subsidiodependência" e da "peste grisalha", o Ângelo Correia que em 24 de Outubro de 2011 aceitava o "corte de 14% nas subvenções vitalícias de ex-políticos que trabalhem no sector privado" mas não a sua eliminação por se tratar de um "direito adquirido" [link morto], o Ângelo Correria que um ano antes, a 14 de Junho de 2010, defendeu nas páginas do Correio da Manha [sem til]  que "o direito à saúde, ao ambiente, à habitação e à educação deve estar dependente da capacidade financeira do Estado, que "em boa verdade, e numa democracia, "adquiridos" são os direitos à vida, à liberdade de pensamento, acção, deslocação, escolha de profissão, organização política e outros direitos correlatos" [link morto]. É o que vos espera, todos os direitos são adquiridos mas há mais direitos adquiridos que direitos adquiridos na "limpeza de Portugal".

 

[Imagem de autor desconhecido]

 

 

 

 

O discurso fez a cabeça rapada ou a cabeça rapada fez o discurso?

por josé simões, em 27.02.24

 

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Diz que o criador entrou na campanha para dar uma mãozinha ao homem sem passado - "O meu passado chama-se Passos", e que entrou na campanha no Algarve por ser o sítio onde a criatura mais ameaça a casa mãe comum, o partido do criador, e passar a segunda força política. E entrou com um discurso securitário e xenófobo, a associar a imigração à insegurança e criminalidade, segundo ele "uma sensação que paira nas pessoas", em vez do discurso pedagógico alicerçado em dados estatísticos fidedignos - "Segundo as nossas estatísticas, 99% dos imigrantes vêm por bem", David Freitas, coordenador da investigação criminal da Unidade Nacional Contra Terrorismo.

E disse mais o criador, disse que "O Luís [Montenegro] não deixará de procurar o que lhe faltar para fazer o que é preciso", que é como quem diz, o homem sem passado quando se vir sem futuro vai dar a mão à criatura, confirmando assim a profecia "Se houver maioria parlamentar de direita, tenho a garantia total - não posso revelar de quem - de que haverá governo de direita. Com ou sem Montenegro.", enquanto se desmascarava como a "força viva" fiadora do contrato.

E se o criador entrou na campanha na base de dar uma mãozinha ao homem sem passado acabou a potenciar a criatura que, mais rápido que a própria sombra e que o próprio Luís, veio surfar o discurso do mestre e colher os louros do elogio, "Basicamente o que Pedro Passos Coelho disse esta segunda-feira foi 'ponham os olhos no Chega'", metendo os crentes a olhar para o original e a fotocópia.

E se Passos, segundo a direita, é o federador da direita, qual é a direita que Passos federa, a que com fato grife e perfume caro enche a Praça do Município em Lisboa e o espaço do comentário "isento e independente" com as avenças nas televisões, ou os anónimos, pés rapados, excluídos do sistema, que não podem com eles nem com molho de tomate?

A direita a brincar com coisas sérias, com a liberdade e a democracia, mas a culpa há-de ser da esquerda.

 

[Imagem de autor desconhecido]

 

 

 

 

"A grande “família” do Chega"

por josé simões, em 25.02.24

 

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Aceitam-se apostas sobre quantas televisões vão abrir telejornais com este trabalho do Público:

 

“A lista de extremistas que, em tempos, se preparavam para entrar no partido e que entreguei em mão ao André tinha nomes ligados ao assassinato de Alcindo Monteiro. Era extrema-direita dura”, recorda ao PÚBLICO o antigo vice-presidente do Chega, Nuno Afonso, que se desfiliou e encabeça a coligação Alternativa 21 por Lisboa. “Já tinha suspeitas de que vagas de pessoas desse género podiam entrar, havia gajos da NOS [Nova Ordem Social], a extrema-direita a sério. Mas quando mostrei a lista ao André [Ventura], a resposta foi: ‘Não faz mal, queremos os votos de toda a gente’”.

 

"A grande “família” do Chega"

 

[Imagem de autor desconhecido]

 

 

 

 

Os bois têm nome

por josé simões, em 23.02.24

 

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Todos os telejornais na televisão do militante n.º 1 - SIC Notícias, a todas as horas certas, abrem com Luís Montenegro.

Todas as emissões na televisão do militante n.º 1 - SIC Notícias, são interrompidas, sejam elas quais forem, para uma directo com uma arruada ou uma papagaiada do taberneiro.

Quando a extrema-direita se alçar ao poder e começar o retrocesso democrático os bois têm nome.

 

[Na imagem o acolhimento no Capitólio antes do início do debate Pedro Nuno Santos vs. Luís Montenegro]

 

 

 

 

Os descartáveis

por josé simões, em 23.02.24

 

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O partido das polícias e da lei e da ordem anda há 24 horas a desmentir e a desacreditar as polícias e a inventar insegurança para criar desordem. São os descartáveis na caminhada até ao poder, por mais hinos nacionais que entoem com a mão direita no coração.

 

[Link na imagem]

 

 

 

 

O Corajoso, o Grunho e o Taberneiro

por josé simões, em 22.02.24

 

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Nas presidenciais de 1976, perante uma recepção a tiros na chegada a Évora, Ramalho Eanes subiu para o tejadilho de um Renault e, de mãos na cintura, peito às balas, fez uma entrada triunfante na cidade.

Nas legislativas de 2024, com um grunho na caravana, impune a desrespeitar a lei do ruído e a incomodar toda a gente com os rateres da mota, de rabo entre as pernas o taberneiro foge para o Twitter  "Ó da guarda! Vêm aí os terroristas do Raimundo no PREC e os amigos do pai da Mariana que mataram bebés!".

Este gajo, doutor gajo, é ridículo na sua vitimização cobarde por tudo e por mais alguma coisa, são os ciganos, são os imigrantes, são os jornalistas, é vitimai de ameaças e até o interrompem nos debates em que participa.

 

[Imagem de autor desconhecido]

 

 

 

 

Quão baixo descemos?

por josé simões, em 18.02.24

 

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É no mínimo duvidoso alguém mudar o sentido de voto terminados estes debates de meia hora para o soundbite. E todos os debates foram esclarecedores do que cada um pensa e propõe, todos os debates forma disputados com elevação e respeito. Todos, excepto todos os debates com a participação do taberneiro. Gritaria, mentiras, insultos, mentiras, insinuações, mentiras, ataques ad hominem, mentiras, falta de respeito, mentiras. Quão baixo descemos na nossa exigência cidadã, na nossa exigência democrática, na nossa civilidade, para o trogloditismo ser aceitável, a pontos de eleger deputados da nação?

 

[Link na imagem]

 

 

 

 

Comido de cebolada

por josé simões, em 15.02.24

 

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Morder o isco do taberneiro: gritaria, falar por cima, responder às constantes interrupções, perder o fio ao raciocínio, ser direccionado para o sítio onde o outro o queria ver sentado, tentar responder no mesmo tom e ficar automaticamente em sentido perante um "não me interrompa" dito por quem não faz outra coisa que não interromper o tempo todo. Acordar para o jogo a 5 minutos do apito final e terminar penosamente nos descontos com "isso é mentira, isso é mentira" ainda assim em tom baixo e moderado. Escolher uma gravata cor Legião Portuguesa no lado esquerdo do ecrã perante um oponente de gravata laranja do lado direito, começar a falar e as pessoas instintivamente olharem para o lado direito, para o gajo que interrompia, fazia interjeições, largava dixotes, ninguém reter nada do que estava a ser dito. Há uns, antes de estar disponível no tubo, o The Independent ofereceu o Kennedy vs. Nixon com a edição em papel, mas no Rato ninguém fala 'amaricano' desde que Mário Soares começou a ler o Le Monde. Não há um segundo debate para Pedro Nuno Santos.