"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
Detectada pelo Tribunal Constitucional a enésima ilegalidade desde a fundação do partido unipessoal o querido líder reagiu pela enésima vez com a enésima recandidatura à liderança, "não abandono o barco a meio da viagem", e logo a questão deixou de ser a enésima ilegalidade detectada para passar a ser um ataque à sua pessoa, ao leme de uma convenção de onde há-de sair mais uma ilegalidade.
Quase 5 anos na liderança da bancada parlamentar do partido que no Governo se entreteve a fechar escolas, postos de saúde, tribunais, repartições de finanças no interior do país, enquanto respondia que o fecho de balcões dos bancos e retirada de terminais multibanco era o mercado a funcionar, Luís Montenegro quer que "não se cobrem impostos às empresas que se instalem no interior, com relevância para aquelas que assumirem o compromisso de criarem empregos durante 15 ou 20 anos" como se a vida das pessoas no interior se resumisse a trabalhar e o resto que não há logo se vê, como se alguma empresa possa honestamente garantir 5 ou 10 anos de actividade numa região onde não há nada quanto mais 15 ou 20 anos.
Não têm uma a ver com a outra mas têm as duas a ver com o mesmo.
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Não têm uma a ver com a outra mas têm as duas a ver com o mesmo, Episódio I
O justiceiro, contra a bandidagem mão pesada da justiça, prisão perpétua, castração química, alcatrão e penas, falar verdade ao povo, nova República, Deus está lá em cima, do nosso lado cá em baixo, quando apanhado a mentir com quantos dentes tem na boca de cada vez que a abre, a liderar um partido fora-da-lei com um ror de ilegalidades a perder de vista atrás de si, emula o ídolo Trump e diz-se vítima de perseguição política e de uma caça às bruxas.
Ficou-se a saber que o Ventas do Chaga difunde mentiras com todos os dentes que tem na boca com recurso ao grafismo e às cores do jornal Público e de quem lhe deu de comer e o apresentou lavadinho aos olhos do povo, a Renascença, e logo o Ventas do Chaga apareceu a dizer que não senhor, que as cores nem sequer são assim tão iguais e o grafismo pouco mais ou menos, e vejam vossemecês que nem sequer lá consta os logótipos do jornal e da rádio, portanto isto não é mais que uma perseguição à 3.ª força política e às páginas mais lidas na net que são as do Chaga e blah blah blah e de imediato os jornais as televisões e as rádios se esqueceram de que o Ventas do Chaga difunde mentiras com quantos dentes tem na boca e o foco passou a ser o grafismo e as cores que não são exclusivo nem da Pantone quanto mais do Público e da Renascença e lá vai ele continuar a mentir com quantos dentes tem na boca e os minions de serviço à rede a mentirem as mentiras do chefe porque as cores e os grafismo são protocolo aberto.
Marcelo vetou politicamente o pacote Mais Habitação apresentado pelo PS, ou pelo Governo, que vai dar no mesmo num sistema eleitoral onde o deputado eleito responde perante a direcção do partido e não pelo cidadão que o elegeu, e logo uns geniais entrevistadeiros dos telejornais do jornalismo da Farinha Amparo e outros não menos geniais comentadeiros vieram a terreiro "Ó da guarda! Aqui-d’el-rei!" que o Governo está a desrespeitar o Presidente, como se no sistema parlamentar constitucional português o Presidente governasse e o Governo respondesse perante o Presidente e ficasse obrigado a prestar vassalagem às vontades presidenciais, e em menos de um fósforo o foco deixou de ser o conteúdo do pacote, sem brejeirices, mas a falta de respeito que o Costa tem por Marcelo, e até o Galamba foi desenterrado outra vez para ser abanado à frente do ecrã.
Não têm uma a ver com a outra mas têm as duas a ver com o mesmo.
Andou a Renascença durante anos com o menino Ventura ao colo, a dar-lhe palco e projecção, a apresentá-lo lavadinho e apresentadinho, um rapazinho tão crente e temente a Deus, para agora descobrir que ele morde a mão a quem lhe deu de comer. Não foi por falta de aviso.
O patriota abalou todo lampeiro para Madrid com a fezada de aparecer na varanda ao lado do chefe da nova falange que apresenta o mapa de Espanha com Portugal incluído, sem as fronteiras da nação mais velha da Europa assinaladas. É tudo nosso, dele, do espanhol. E o patriota não apareceu à janela com o cabelo à Lua, não por causa do mapa de Castela mas porque a dose de presunto foi cortada para metade e na sede da nova falange só houve melão para o jantar.
O que é melhor, ter um fascista inteligente [e culto, apesar da patilha de segurança da Browning], ou ter um fascista bronco e matarruano, a chefiar um bando de broncos e matarruanos, que nem é digno de aparecer numa capa de revista ao lado daqueles que venera e com quem nunca se cansa de tirar selfies? Salazar foi primeira página da Time e nos quase 50 anos de cadeira deixou um país pequenino que ainda perdura em quase 50 anos de democracia. Até para os fascistas Salazar foi mau, é este o nosso drama.
Tudo o que saiu do Chega desde a sua fundação, congressos, estatutos, órgãos, deliberações, votações, tudo foi declarado inconstitucional e inválido, segundo o Constitucional. Tudo. Mas o Chega continua constitucional e válido, segundo o Constitucional.
O Ventas do Chaga, que nunca ouviu falar dos ataques racistas a um polícia negro, nos comentários a uma publicação no Twitter alusiva ao 40.º Curso de Formação de Oficiais da Polícia, se calhar no princípio de que tudo o que é preto é bandido, quer todos os responsáveis políticos no Parlamento porque é inaceitável o ódio contra os polícias, num cartoon que passou na RTP a propósito do assassinato de um puto em França, que meteu o país a ferro e fogo durante mais de uma semana, e conseguiu a proeza de levar atrás de si a direita da "liberdade de expressão", dos cartoons de Maomé e do #JeSuisCharlie, ambos, o Ventas do Chaga e o homem sem passado, "o meu passado chama-se Passos", o inventor do Ventas, à procura do circo mediático e do barulho que distrai, como muito bem referiu o ministro da Cultura, entregue a deputados que quando saem para o trabalho deixam o cérebro em casa, como se pode verificar pelas prestações dos representantes do Chaga e do PSD na Comissão Parlamentar de Inquérito à TAP, e que levou a nulidade intelectual que temporariamente lidera o PSD a apodar Pedro Adão e Silva de pedante intelectual. Isto nem inventado. Agora imaginem esta dupla chegar um dia ao governo da nação, ataque à polícia é quando o Ventas do Chaga quiser, que o PSD vai atrás, liberdade de expressão é quando o Ventas do Chaga quiser, que o PSD vai atrás, Estado de direito é quando o Ventas do Chaga quiser, que o PSD vai atrás, polícia tem força de juiz, que é o que o Ventas do Chaga quer e o PSD vai atrás, comissões parlamentares de inquérito são A Quinta das Celebridades ou o Secret Story, que o PSD vai atrás.
"Precisamos de uma nova política de imigração, de mais controlo de fronteiras e de ter cuidado com a islamização da Europa". Deixou no Twitter o Ventas do Chaga depois de um refugiado sírio ter atacado de faca em punho num parque infantil em França enquanto gritava "Em nome de Jesus Cristo!" e exibia um fio com um crucifixo ao pescoço. Ouviu a sineta, relacionou com a comida, começou a espumar da boca. Foi há mais de 100 anos na Rússia.
Em relação ao mês anterior [aqui] ultrapassa Marcelo e fica a morder os calcanhares a Costa. Com o circo que se adivinha agora que Pedro Pessanha foi enxotado da Comissão Parlamentar de Inquérito à TAP para o caudillo poder falar, falar, falar, interromper, interromper, interromper, gritar, gritar, gritar, falar, falar, falar, não é difícil de prever a posição que vai ocupar quando sair o top de Maio.
Este tweet do líder da agremiação de mal-formados e mal-educados, que agora descansa o rabo onde antes estavam sentados os doutores do CDS, é todo um programa político. Como se o Brasil não fosse um Estado de direito, como se no Brasil não houvesse separação de poderes, como se no Brasil o poder judicial andasse a toque de caixa do poder político. Exactamente o que aconteceria em Portugal caso este inteligente, doutor inteligente, um dia chegasse ao Governo, por modo próprio ou com a ajuda da casa-mãe, o PSD, quem se "portasse mal" ou ousasse afrontar o caudilho levava como retaliação, tal e qual já acontece na Hungria, na Polónia, e que um aprendiz de ditador ensaia agora na Sérvia. Depois não digam que foram apanhados desprevenidos.
A comunicação social que a um demagogo populista, líder de uma agremiação que alberga fascistas, racistas e neo nazis, dá mais protagonismo e tempo de antena que ao líder do maior partido da oposição, é a comunicação social que é suprimida assim que o poder for tomado pela via eleitoral, como já acontece no seio da União Europeia - Hungria e Polónia. Se calhar era por aqui que se devia começar, com Luís Montenegro à cabeça.
Por duas vezes a bancada do PCP ficou imóvel e muda enquanto o Parlamento aplaudia, primeiro Augusto Santos Silva, depois Lula da Silva, na condenação da invasão russa da Ucrânia. O PCP só quer a PaZ! A PaZ! a PaZ!
A Transparência Internacional acusa Bolsonaro de criar o “maior esquema de corrupção institucionalizada” no Brasil, vai daí o Ventas convida o mal-formado para Portugal e manda metade da bancada do Chaga para o Parlamento, de cartazes na mão xingar Lula, a outra metade de bandeira na Ucrânia para ver se a gente se esquece de que quando o energúmeno chegar também chegam Le Pen e Salvini, os amigos do Ventas financiados por Putin.
O ataque desta manhã é um crime hediondo que a justiça deve punir exemplarmente. Manifesto a minha solidariedade e pesar às famílias das vítimas e ao Centro Ismaili de Lisboa. Cumprimento a PSP pela rápida e eficaz intervenção. Luís Montenegro no Twitter.
Foi com profunda tristeza que soube do ataque fatal ocorrido hoje em Lisboa, um acto chocante que merece uma profunda condenação. Aos familiares e amigos das vítimas presto as minhas condolências. Rui Rocha no Twitter.
"PS e BE chumbam audição do ministro do MAI sobre ataque ao Centro Ismaili"
Requerimento do Chega foi chumbado com os votos contra do PS e do BE. O pedido de audição urgente do ministro da Administração Interna teve a abstenção do PAN e os votos favoráveis do Chega, PSD e Iniciativa Liberal.
Entre a "solidariedade", o "pesar", as "condolências", o "acto chocante", o blah-blah-blah de encher chouriços e meter cara de luto, e o circo montado pelo Chega, e chumbado pela maioria PS/ BE no Parlamento, tivemos o director-nacional da Polícia Judiciária a afastar o terrorismo como motivo condutor para os homicídios. São os fachos educados que se aproveitam do que o facho grunho diz à boca cheia para manifestarem o que só ousam pensar em privado.