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DER TERRORIST

"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.

|| À flor da pele

por josé simões, em 30.07.12

 

 

 

O mais importante, para perceber o que foi e o que é, ficou por dizer [ou passou-lhes/ passa-lhes ao lado?] que foi o factor "idade da inocência" da geração dos políticos profissionais que chegou agora ao poder. Os putos que por alturas da revolução de Abril/ PREC tinham entre 13 e 16 anos e que viveram a democratização da vida pública, da política literalmente na ruas, da paixão e dos ânimos exaltados, da ideologia por todos os poros, de quem ia para as jotas como poucos dias antes ia para os escuteiros ou para as colectividades de bairro canalizar energias a organizar torneios desportivos ou marchas populares. Ninguém da colheita que vai de Paulo Portas a José Sócrates passando por Pedro Passos Coelho aderiu ao partido, se entregou à política, a fazer contas de cabeça sobre a profissionalização ou sobre os "benefícios" futuros de um emprego no Estado ou numa 'major' no sector privado, aquilo era tudo genuíno e voluntarista, à flor da pele. Os profissionais-calculistas nasceram depois disso, muito depois.

 

[Imagem de autor desconhecido]

 

 

 

 

 

 

Só repararam agora. Do mal, o menos, podia ser mais tarde. Ou tarde demais

por josé simões, em 03.03.09

                               

 

 

Parece que vai por aí grande reboliço por causa do “Sócrates 2009”, e que se está a subverter o sistema com uma deriva plebiscitária porque a eleição para primeiro-ministro não existe e mais a personalização e a pessoalização da vida política e mais o não-sei-quantos que até já estou sem fôlego.

 

É tudo muito bonito de ser dito e até sou levado a concordar. Na forma, não no conteúdo Porque isto não nasceu de geração espontânea, antes pelo contrário, é um processo em construção desde pelo menos os anos 80 do século passado, quando nos cartazes dos partidos políticos o símbolo e a palavra de ordem foram relegados para segundo plano em prol da imagem do líder, e que me lembre, as virgens ofendidas guardiãs da ética democrática, na altura não vieram a terreiro gritar aqui d’el Rei que vem aí o fim-dos-tempos, antes pelo contrário, acharam tudo absolutamente normal, apesar das eleições não servirem para eleger fulano de tal primeiro-ministro, mas sim para eleger uma Assembleia Legislativa onde o partido mais votado forma Governo, podendo ou não o secretário-geral ser o chefe do Governo.

 

 

 

Do sentimento de pertença

por josé simões, em 15.09.08

 

André Freire repete hoje na sua coluna no Público, a propósito da invasão da Geórgia pela Rússia, o mesmo que o Público havia escrito em 27 de Agosto passado: que a Rússia em vindo a cultivar o separatismo na Ossétia do Sul e na Abkházia «nomeadamente, através de apoio político militar, bem como através da concessão massiva de passaportes russos (por essa via a população da Abkházia é hoje maioritariamente “russa”».

 

Não questiono. Nem sequer tomo partido por um lado ou pelo outro.

 

Uma vez que ninguém foi/ é obrigado a ter passaporte russo, a minha interrogação é: o que leva a população não-rusa da Abkházia a aceitar a russificação; a aceitar o passaporte russo e por consequência a cidadania russa?

 

Ou dito de outra maneira: o que leva a população da Abkházia a recusar pertencer à Geórgia; a recusar a “democracia ocidental” e a NATO e a União Europeia e tudo o mais que por aí vem/ vinha (?). O que é uma chatice…

 

A isto André O PolitólogoFreire não quer ou não sabe responder. E está no seu direito de só falar no que lhe interessa. Assim como os povos estão no seu direito de optar.

 

(Imagem roubada no blogue do José Milhazes, que também aborda o mesmo procedimento noutra latitude)