"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
Costa viu-se na situação de ter de inventar um questionário de 36 perguntas para futuros governantes, apertado que estava por todos os lados e mais um, Marcelo, tal eram as trapalhadas e as trafulhices com ministros e secretários de Estado, e estávamos nós em Janeiro e pensávamos que pior não era possível. Pensávamos. Agora veio a TAP, que é do Estado, que pertence ao Governo, que pertence ao PS, uma promiscuidade, era para escrever do caralho mas pescadinha de rabo na boca soa melhor. E apanhamos 3 - três - 3 ministros a mentirem no mesmo dia, sobre o mesmo tema - um alegado parecer que dava alegada segurança jurídica num caso de despedimento, pedido pela Comissão Parlamentar de Inquérito. "Busted!", como dizem os 'amaricanos'. E contra isto não há 36 perguntas num papel que salvem um mortal. Também a exemplo dos 'amaricanos' Costa devia oferecer aos alegados ministros uma Bíblia, sublinhada e anotada, é barato, Marcelo ia aprovar e aproveitar para dizer uma treta qualquer a propósito, e tem coisas do senso comum, mesmo para não crentes. Por exemplo "Portanto, cada um de vocês deve abandonar a mentira e falar a verdade ao seu próximo, pois todos somos membros de um mesmo corpo", Efésios 4:25. De nada. [Ámen].
No dia 28 de Outubro de 2020, dois anos depois mais uns pozinhos, Ana Catarina Mendes, no discurso de encerramento do debate na generalidade do Orçamento do Estado para 2021, imediatamente antes da votação, num exercício de propaganda e manipulação, recorre ao golpe baixo da mentira e, em directo para todo o país, acusa o Bloco de em Outubro de 2019 ter recusado um acordo para a legislatura preferindo negociar orçamento a orçamento.
O Parlamento bom, o que permitiu ao Partido Socialista tendo perdido as eleições governar durante toda uma legislatura, a mui famosa 'Geringonça', para grande espanto da direita que, em quarenta anos de democracia, foi obrigada a aprender um conceito novo: democracia parlamentar constitucional, é afinal o Parlamento mau, o que chumba as propostas do PS, sem maioria absoluta no hemiciclo, levadas a votação sem previamente falar com as outras forças parlamentares.