"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
É claro que isso tem de ser relativizado, tendo em conta os benefícios da substituição dos automóveis com motor de combustão interna por veículos eléctricos
Quando era puto a minha mãe dava-me um saco de pano, vulgo "taleigo", para ir ao pão à padaria. Sabia a pão e durava vários dias. Agora vão ao hiper, ou a cadeias travestidas de padarias, com "padaria" e "portuguesa" no nome, é bué chic e civilizado, e in, comprar uma coisa qualquer feita de farinha, vendida dentro de sacos de plástico e que fica dura antes de chegar a casa.
Como é que nos governamos agora com as frutas, hortaliças, batatas e nabos? Andam os nabos à nora, com os reutilizáveis mesmo à frente do nariz ao preço da uva mijona, que duram dois e mais anos, vão à máquina e ficam como novos.
Agora como é que vai ser com o lombo, o bife, o 'pirum', perguntam os piruns, pior ainda, como é que vai ser com a pescada, a dourada, o pargo, o pampo, andam eles feitos pampos com as embalagens laváveis e reutilizáveis a 60 cêntimos de euro a unidade nas casas da especialidade, que levam até 2 kg de sardinhas e duram anos.
[Na época da melancia e do melão podem levar até casa a rebolar].
Há mesmo muita gente a precisar urgentemente de [Re]Aprender a viver, a bem da qualidade de vida, da sua, da sustentabilidade do comércio de proximidade com implicação directa na sustentabilidade do planeta.
Um secretário de Estado com negócios ligados a empresa de lixos e resíduos, incluindo importação de lixo radioactivo, depois de um ministro do Ambiente que autorizou um outlet em reserva natural, depois de um ministro do Ambiente que autorizou o abate de sobreiros para construção de um campo de golfe, para depois aparecer a pedir que o preço da água reflicta a escassez do recurso, por curiosidade, e só por curiosidade, todos do Partido Socialista. Não há nada a que o ser humano não se habitue.
No país de Jorge Sampaio, Maria Emília Brederode dos Santos, Alberto Martins, Clara Queiroz, Eurico de Figueiredo, Etelvina de Sá, José Medeiros Ferreira, Isabel do Carmo e um grande et caetera, sessenta anos depois da primeira "crise académica" em 1962, e quase 50 anos depois do 25 de Abril.
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* Upgrade ao salazarento "a minha política é o trabalho"