"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
Chamem fascista ao doutor Paulo Portas por se referir a Salazar como o "doutor" com um temor referencial na voz, ou por o CDS sempre ter sido albergue de fascistas, velhos e novos, ou um mais civilizado anti-democrata, por integrar o Governo mais inconstitucional da história da democracia, que o doutor tira loga da cartola uma qualquer Lei de Godwin para se esconder atrás e desaparecer por entre os intervalos da chuva, nos dentes o sorriso cínico de superioridade iluminada com que pontua as frases.
Já ele, sem argumentos e para desviar atenções do ridículo com que se cobriu pela vaidade de aparecer a mostrar os botões de punho em prime time nas televisões [é mais forte do que ele], sai detrás de Passos Coelho, onde estava convenientemente escondido na lista da coligação por Lisboa, para se esconder atrás dum descabelado argumento do debate num país comunista, que não há Lei de Godwin que lhe valha.
O working class hero, que rapa umas centenas de euros, aqui, nos salários e nas horas extra pagas ao preço da uva mijona ou nem seque pagas; umas contribuições para a segurança social, ali; acolá uns fins-de-semana de trabalho, ao preço do dia de semana; umas férias que não existem ou por conta própria; um contrato de trabalho apalavrado, sem direitos nem garantias, em todo o lado; no intervalo de se esquecer de declarar 8,5 milhões de euros ao Fisco e uns zum zuns daqui e uns rumores dacolá, nunca nada provado, claro. Grão a grão enche um pulha de miseráveis e explorados o papo. Alegria no trabalho: