"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
100 anos separam estas duas fotos. Em 1923 Estaline apagava Trotsky da foto com Lenine no palanque, em 2024 os Estalininhos de trazer por casa, Montenegro & Melo, apagam Freitas do Amaral do acto da criação da Aliança Democrática. A foto é manipulada pelo Volksvargas, mas o princípio é o mesmo. Agora imaginemos que esta gente se alça ao poder.
Assim que se soube que nome ia ser AD - Aliança Democrática, com a inclusão pelos monárquicos do grunho - "as mulheres bonitas normalmente são burras" - fadista, imediatamente começou a circular um meme nas redes sociais, replicado ad nauseam pelos minions do PS, com os cartazes da defunta aliança sublinhando que dois dos defuntos integrantes acabaram a apoiar António Costa e coise, o Costa que apoiou Marcelo também coise, mas isso é outra história na mesma história. O meme podia também relembrar que um até foi ministro do Sócras, para atirar à cara da direita que não se cala nunca com o engenheiro para aqui e o engenheiro para acoli e o passado socratista do não sei quantos. Mas o PS não tem tomates para isso.
"11:38 Jesus, pois, movendo-se outra vez muito em si mesmo, foi ao sepulcro; e era uma caverna e tinha uma pedra posta sobre ela. 11:39 Disse Jesus: Tirai a pedra. Marta, irmã do defunto, disse-lhe: Senhor, já cheira mal, porque é já de quatro dias."
A Direita jurássica velha e de má memória, personificada por Manuela Ferreira Leite e Paulo Portas, para se afirmar como alternativa através de uma nova Aliança Democrática, precisa «captar os "modernizadores" que estão no PS».
Manuela Ferreira Leite nasceu ontem para a política e Paulo Portas foi ainda há ’cadinho que viu a luz do dia; como é de todos sabido. E como nenhum deles exerceu alguma vez cargos de governação, nenhum deles tem culpas no cartório do estado do Estado e do estado da Nação - e já nem vou pelo défice 6,83% - e nem foram eles e respectivos partidos que foram duramente penalizados nas eleições que deram a primeira maioria absoluta da história da Democracia portuguesa ao PS. Como diz o outro: “Há muita fraca memória na política portuguesa”?
Adenda: Pensava eu que “populismo” era, por exemplo, no dia seguinte aos incidentes no Bairro da Bela Vista em Setúbal, Paulo Portas aparecer na baixa da cidade (não no Bairro!) a exigir mais polícia na rua e a exigir o fim do rendimento mínimo e a exigir políticas de não-imigração. Afinal enganei-me, populista é o Bloco porque não está «disposto a abandonar o discurso desbragadamente populista em função de uma solução de governo». A visão maniqueísta do populismo. O do Bloco é o “mau” populismo; “bom” populismo o do CDS que está disposto a usar o discurso desbragadamente populista em função de uma solução de governo. Recorrendo a uma velha máxima bolchevique: “Aprender, aprender, aprender sempre!”.
Nestas coisas do “populismo” o Bloco mete mais medo à Direita pensante que ao Povo anónimo. Os resultados eleitorais não se cansam de o mostrar.