"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
Ró náldo, que foi oferecido a todos os grandes da Europa e por todos recusado para a acabar na Arábia, diz que não volta à Europa porque o futebol na Europa coise. E os palermas do jornalismo Farinha Amparo de micro esticado sem reacção. Fala filho, fala, não porque te estejas a enterrar todo mas porque nós não sabemos mais que isto e costumamos deixar o cérebro em casa quando vimos para estas merdas. Estas ou outras. E ele falou. E ficámos a saber que até Ró náldo ir para Itália não havia futebol em Itália, depois Ró náldo foi para a Arábia e o futebol na Arábia passou a ser o melhor do mundo. O Ró náldo está para o futebol como o Paulo Querido está para as redes sociais, foi ele que inventou tudo. E finalizou "Estão a ver como eu sou bom? Já bati este recorde e este recorde e ainda a semana passada bati este recorde aqui. E até já bati o recorde do gajo que consegue falar mais vezes do próprio umbigo. Estão a ver aquela canção do Jovanotti, o L' ombelico del Mondo? Foi-me dedicada pelo próprio. #Chupa"
* Ró náldo, que é assim mesmo que todos os palermas nas televisões lhe dizem o nome, com dois acentos agudos.
A tomada de posição dos vários partidos, a propósito da saída de Portugal da lista verde inglesa, nos telejornais da televisão do militante n.º 1, SIC Notícias, são noticiadas como "partido x disse" ou "fulano de tal pelo partido y comentou". O Chaga, o partido do deputado só, foi o único com direito a imagem e comentário próprio pela voz do líder. Em todos os telejornais, a todas as horas certas, 24 horas de um dia. Camarada Balsemão, a bem da Nação.
Vender a alma aos bifes por uns litros de cerveja no Porto e levar como gorjeta o cancelamento das férias no Algarve. Depois António Costa e o alegado ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, explicam, já que o dos Negócios Estrangeiros, sempre apanhado de "surpresa" tudo lhe parece sempre sem sentido. Não, não estamos a ser penalizados por sermos honestos, estamos a ser castigados por sermos aquilo a que em linguagem comum se designa de totós.
Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente de todos os portugueses, apelou a que os indígenas passem férias no sul do país, que as outras regiões não estão necessitadas nem com a restauração e a hotelaria com a corda no pescoço e com o desemprego e a miséria a espreitar. No Algarve dos preços baratos, não fosse em Espanha serem ainda mais baratos, mesmo incluindo a gasolina para a deslocação e as portagens que não se pagam. No Algarve das ementas escritas em inglês, beef, french fries, bull fight, sports giant screen full HD, ex-rooms - chambres - zimmers. Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente de todos os algarvios
Depois de na quarta-feira, dia 11, a directora do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras ter dito que o estatuto a aplicar aos marroquinos que deram à costa no reino do Algarve era o da protecção internacional, na sexta-feira, dia 13, as televisões continuam com o "estatuto de refugiado" para aqui e o "estatuto do refugiado" para acolá e o "estatuto do refugiado" a convocar uns programas de "opinião pública", onde os matarruanos trogloditas, potenciais eleitores do CDS e do Chega, espumam ódio a cada telefonema, enquanto propagam fake news dos subsídios a pagar pelo bom povo português aos manhosos dos berberes, da raça lusitana em perigo se a moda pega, da invasão muçulmana que vai agora começar, da cristandade em perigo, da imigração ilegal que vem roubar os empregos e o diabo a sete, sem que ninguém questione por que cargas de água o "estatuto do refugiado" havia de ser concedido, se acaso Marrocos está em guerra, se Marrocos é um Estado pária, se Marrocos não tem assento nas organizações internacionais, se Portugal não tem relações políticas, e comerciais em todas as áreas, com o reino de Marrocos.
Se ao menos fizessem como o Governo do Partido Socialista de António Costa que aprovou a prospecção de petróleo na Costa Vicentina e no Algarce como medida de combate às alterações climáticas.
"Sigamos o cherne, minha amiga! Desçamos ao fundo do desejo Atrás de muito mais que a fantasia E aceitemos, até, do cherne um beijo, Senão já com amor, com alegria… Em cada um de nós circula o cherne, Quase sempre mentido e olvidado. Em água silenciosa de passado Circula o cherne: traído Peixe recalcado…
250 mil € do contribuinte, meio milhão, contas da autarquia, para reparar estragos provocados pelo mau tempo no Algarve, das câmaras, como não há igual no país, que embolsaram milhões de euros em sisas e licenças de construção em dunas e falésias e ribeiras e linhas de água e alterações ao PDM, que permitiram urbanizações em zonas de Reserva Ecológica e Reserva Agrícola Nacional, primeiras vítimas das intempéries.
Quando toca a mais-valias é toda uma clique que gravita à roda do centrão ligado ao poder democrático autárquico, quando toca ao prejuízo a rifa sai sempre ao suspeito do costume, o constituinte., É isto, não é?
A lengalenga d' "a herança que vamos deixar às gerações futuras" nunca é chamada a debate quando se trata de questões ambientais e de protecção da natureza. Continua o saque, a coberto do argumento da criação de riqueza – para meia dúzia, às custas do património comum de milhões; da criação de não-sei-quantos postos de trabalho, directos e indirectos – que nunca ninguém se lembra de pedir a inventariação, a jusante, e a confirmação, a montante.
Uma certeza: onde antes havia natureza, biodiversidade e ecossistema, passa a haver natureza morta, betão, e um ecossistema que começa no aparador da relva e no caddy e tem no topo da cadeia alimentar o dono da conta no offshore.
"Lamento que não tenha sido possível da parte do senhor ministro da Administração Interna uma declaração mais esclarecedora quanto à intervenção do Governo", disse.