"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
Andávamos todos preocupados com o Steve Bannon e o Breitbart News e a Cambridge Analytica e quando veio para a Europa com o The Movement. Andávamos. Depois chega Elon Musk com as algibeiras cheias de dinheiro, compra o Twitter, que faz o Breitbart News parecer um jornal regional, manipula o algoritmo, cola-se a Trump, aparece em Inglaterra ao lado do Nigel Farage enquanto no X avisa "Only the AfD can save Germany", os fantoches alemães de Putin na guerra contra a democracia e os direitos humanos na Europa. Andámos todos preocupados com um tigre de papel.
Na RDA eram combatentes leais ao estado do SED - Sozialistische Einheitspartei Deutschlands, agora também podem ser encontrados nas fileiras da AfD. Segundo uma investigação da CORRECTIV, várias dezenas de antigos funcionários a tempo inteiro da Stasi fazem parte das estruturas da AfD. Mostramos o que eles estão fazendo hoje. A AfD permanece em silêncio sobre isso.
Pela primeira vez no pós II Guerra Mundial um partido de extrema direita conseguiu ser o mais votado num estado federado alemão, a Turíngia. De certeza que os do combate ao nazismo que justifica a invasão da Ucrânia pela Rússia hão-de ter uma boa explicação para isto.
Começou a financiar Franz-Joseph Strauss da CSU e o FDP, depois passou para o Liga dos Cidadãos Livres, já vai lançado na AfD e em Beatrix von Storch. Obviamente que a direita não tem nada a ver com a extrema-direita nem com o fascismo. E ai de quem os meter no mesmo saco, vem logo a Lei do Godwin e o caralho. A Lei de Godwin que não existe para quando a direita, por tudo e por nada e por dá cá aquela palha, chama Estaline e Trotsky para qualquer troca de argumentos com alguém por levemente que se situe à esquerda.