Já se decidiam
Que a TAP devia ser privatizada por todas as razões e também por Portugal ser o único país da Europa com uma companhia aérea de bandeira, porque a excelência da gestão privada, porque acabavam as greves, não em três mas em dois tempos, porque deixava de ser um sorvedouro de dinheiros públicos e por o Estado estar proibido por lei de Bruxelas de injectar dinheiros públicos na companhia [as duas em conjunto] e porque a excelência da gestão privada [outra vez, nunca é demais sublinhar] e blah-blah-blah e a TAP foi privatizada, viva!
E a TAP não devia ser desprivatizada pelos geringonços socialistas-comunistas-bloquistas-radicais antes mesmo de ser privatizada, mas já que foi desprivatizada só em 50%, o Estado devia abster-se de fazer ondas e abdicar de interferir na excelência da gestão privada da companhia, excepto se for para meter o bedelho na estratégia comercial da empresa, porque isto aqui [ali] é o Porto, muito liberal, "liberal à moda do Porto" e o coise, o Porto que não tolera insultos nem o centralismo de Lisboa, que isto é tudo concertado e conspirado com a ANA para justificar a construção de um novo aeroporto, onde é que havia ele de ser, em Lisboa, pois claro, e já que o Estado detêm 50% da TAP privada devia fazer valer o peso dos 50% e chamar a excelência da gestão privada da TAP à razão.
E conseguem dizer isto tudo de rajada sem se rirem.
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