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DER TERRORIST

"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.

Faz de conta que nascemos todos ontem

por josé simões, em 14.05.24

 

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Descontando a parte do tiro de partida para a campanha eleitoral dado hoje por Luís Montenegro, "o Governo decidiu hoje a localização e denominação do novo aeroporto de Lisboa, a determinação de um plano de obras para o aeroporto Humberto Delgado, e a conclusão dos estudos para a construção de uma terceira travessia do Tejo e a ligação ferroviária de alta velocidade entre Lisboa e Madrid. Estas decisões a que se juntam a descida do IRS, estas decisões a que se juntam a descida do IRS, o início das negociações com os professores e os profissionais das áreas da segurança, da justiça e da saúde, o aumento do complemento solidário e a comparticipação a 100% de medicamentos para idosos, pensionistas e reformados mais pobres, a nova estratégia para a habitação em Portugal [...] são apenas o resultado de 32 dias de trabalho governativo", o que resta é a direita que andou anos a malhar em José Sócrates por causa das opções de investimento público e de obras públicas, uma vez alçada ao poder a primeira coisa que faz é recuperar todos os projectos do governo de José Sócrates. Agora Luís Montenegro, Miguel Pinto Luz, Paulo Núncio, Nuno Melo, e outros que tais, que passam a vida a batalhar por uma "imigração controlada", vão exigir certificado de habilitações aos brasileiros, cabo-verdianos, e outros miseráveis vindos de fora, necessários para a construção do aeroporto, da nova ponte sobre o Tejo e do TGV, e ainda lhes vão arranjar alojamento enquanto cá estiverem e maneira de os pôr a andar assim acaba a empreitada.

 

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O trapaceiro e os fiéis seguidores

por josé simões, em 07.12.23

 

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Um trapaceiro diz que se fosse primeiro-ministro fazia em quatro anos um aeroporto que leva sete a construir. Podia ter dito três anos que ia dar no mesmo para os fiéis seguidores que têm por verdades universais todas as trapacices que diz e que o empurram para cima nas intenções de votos. Ainda não chegámos ao "I could ‘shoot somebody and I wouldn’t lose voters’" mas para lá caminhamos.

O trapaceiro também podia ter dito que a construção do novo aeroporto vai dar trabalho, directa e indirectamente, na novilíngua a milhares de "colaboradores" provenientes dos PALOP, com baixas qualificações, baixa formação profissional, ao sabor de empreitas, sub empreitadas e sub sub empreitadas, que vão maximizar a mais-valia do empregador, e acabar por ficar por aí aos caídos nas periferias das cidades terminada a obra. Começámos a ver este filme em 1994 com Lisboa Capital Europeia da Cultura, com reposição quatro anos depois na Expo 98, e depois em 2004 com os estádios do Euro e toda a infra-estrutura à volta.

Só que o trapaceiro não pode dizer isto, contra o risco de se desmontar publicamente na contradição de ser contra a imigração de chinelos com meias, potenciada pela forma como as adjudicações são efectuadas e pelo fechar de olhos da tutela, e querer um aeroporto construído em tempo normal, quanto mais a um ritmo que nem na China, outra coisa a evitar referir nas tretas que debita.

 

[Imagem de autor desconhecido]

 

 

 

 

Mateus 5:3

por josé simões, em 06.12.23

 

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Que vai ser muito bom para a terra, o aeroporto. Que vai trazer muito desenvolvimento, o aeroporto. Que vai criar muitos postos de trabalho, o aeroporto. Por estes dias nas televisões, na vertigem do microfone pessoas que estão fartas de ter qualidade de vida no sítio onde vivem.

Como diz o Mateus, "Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus".

 

[Imagem de autor desconhecido]

 

 

 

 

Mexer na merda com dois pauzinhos

por josé simões, em 24.01.23

 

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Miguel Relvas, que em 2008 achava que o país ficava a ganhar com opção Alcochete, até porque a ideia era dele, "em 2007 fui eu, primeiros!", é o Miguel Relvas que em 2023 insinua sobre a identidade dos proprietários dos terrenos [a partir do minuto 10:45]. Miguel Relvas sabe perfeitamente quem são os proprietários dos terrenos e, pela pergunta, quem não sabe fica automaticamente a saber que são de alguém que não é da área do PSD. A chico-espertice de levar isto para outro nível, onde o impacto ambiental, económico, e até político, "margem sul jamais", não interessam nada para o debate, reduzido que fica a interesses privados, mais-valias, clientelas e amiguismos politicos, e subsequentes financiamentos partidários. Miguel Relvas foi estudar mas regressou igual ao Miguel Relvas antes do canudo, sem a puta da vergonha na cara, promovido a senador e a fazer o que melhor sabe, mexer na merda com uns pauzinhos e lançar lama no debate.

 

[Link na imagem]

 

 

 

 

"Eu gosto de mamar nos peitos da cabritinha"

por josé simões, em 30.06.22

 

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Pessoas que aterram em Luton e papam 45 minutos de bus até Londres, ou que aterram em Stansted e levam com mais de uma hora até Marble Arch, indignados por o aeroporto ir para Alcochete. Devem estar a gozar com os que de Heathrow até Victoria Station vão uma hora de pé no underground em hora de ponta, mind the gap, ou com aqueles que vindos de Gatwick gramam, sem respingar, uma hora e cinquenta minutos também de bus até ao dito arco de mármore.

 

Parece que agora a ideia é investir numa pista temporária no aeroporto lacustre do Montijo até o de Alcochete estar pronto lá para dois e e trinta e não sei quantos [até vão mudar a lei e tudo, não vá algum presidente de câmara ter veleidades] com um pronto, quase novo, com poucos quilómetros de serviço, como aqueles carros em segunda mão que se compram na CarNext ou na Benecar, passe a publicidade, e que serve de pouso a moscas, no meio caminho quilométrico de Lisboa a Faro, e já agora Sines, de onde se vê o canal do Panamá, como disse o outro de quem já ninguém se lembra, e ao mesmo caminho horário que os bifes, mais os estrangeiros que visitam Londres, têm de percorrer quando chegam à capital da ilha. Lembrei-me destes exemplos ingleses só porque estamos sempre a chorar que venham para o Algarve, para o turismo da pint e de fazer merda na rua, enquanto se vomitam todos, a seguir à ressaca da noite anterior passada a avermelhar ao sol no areal mais próximo, porque há mais aeroportos nas mesmas condições, noutras latitudes.

 

"Eu gosto de mamar nos peitos da cabritinha, Mamo à hora que eu quero porque a cabrita é do contribuinte"

 

[Imagem de autor desconhecido]

 

 

 

 

Cinquenta vezes melhor que o Zandinga a prever o futuro!

por josé simões, em 17.01.08

 

Também podemos ver a coisa por outro prisma.
 
Ferreira do Amaral ministro das Obras Públicas assina o contrato de concessão das pontes sobre o Tejo à Lusoponte. Para os mais esquecidos, era primeiro-ministro Aníbal Cavaco Silva.
 
Acontece uma reviravolta impensável e, o aeroporto que era para ser na Ota, afinal vai ser em Canha. Diz-se e escreve-se por todo o lado que Cavaco Silva Presidente teve um papel determinante na relocalização do aeroporto. Quiçá para fazer o jeito ao amigo Ferreira do Amaral, agora à frente dos destinos da Lusoponte; não?
 
Com 12 anos de intermezzo nesta ópera, os mesmos actores, se bem que um – Ferreira do Amaral – tenha passado a figurante.
 
Concordo com o que escreve Paulo Gorjão. Mas convém também não exagerar!
 
(Imagem fanada na Time Magazine)