||| Estamos entregues
Por um lado temos um primeiro-ministro, ex-porteiro da empresa Tecnoforma, segundo as palavras de Fernando Madeira seu ex-patrão "O Pedro é que abria as portas todas", que vivia de sacar fundos comunitários para projectos fictícios, "consultor" de uma Organização Não Governamental a ela, Tecnoforma, ligada, por onde também passaram nomes tão sonantes quanto respeitáveis, extremosos profissionais e moralizadores da cousa pública como Marques Mendes, Ângelo Correia e Vasco Rato, criada com o objectivo de sacar fundos comunitários para projectos a cargo da… Tecnofroma, e que não se coíbe de aparecer todos os dias nas televisões a dizer que agora é que é, agora é que os fundos comunitários vão ser bem aplicados.
Por outro lado temos um Presidente da República que, enquanto primeiro-ministro, recebeu barcos cheios de dinheiro proveniente dos fundos comunitários, a um volume só comparável aos idos do ouro do Brasil e que foram diligentemente usados, uma parte para destruir a agricultura e as pescas e desmantelar a indústria em nome dos amanhãs que iriam cantar com Portugal país de serviços e turismo, a outra parte para que 20 anos passados ainda circulem anedotas sobre alcatrão em auto-estradas e jipes com barcos atrelados e montes com piscina no Alentejo, que convoca Concelhos [não é gralha] de Estado com o tema do "horizonte do fim dos fundos estruturais garantidos a Portugal pela União Europeia em 2020".
Estamos entregues.
[Imagem de Martin Mull]