Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

DER TERRORIST

"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.

A cigarra e a formiga

por josé simões, em 13.02.08

 

Escrevia António Pires de Lima no Expresso do passado sábado sobre a estratégia de oposição ao Governo pelo partido de Paulo Portas:
 
“Quanto valerá em 2009 esta oposição paciente, formiguinha, trabalhadora, que procura dar consistência e espessura a uma alternativa à direita?”
(Link)
 
- Entre Telmo Correia, Luís Nobre Guedes, Mário Assis Ferreira (presidente da Estoril-Sol), Paulo Portas, Abel Pinheiro, o Pavilhão do Futuro da Expo’ 98 mais um Casino;
- Passando pela Portucale, os depósitos todos em 12 500 euros, o BES e o Jacinto Capelo Leite;
- Novamente o BES, os 24 milhões de euros e os submarinos;
- Até às 62 000 – sessenta e duas mil – 62 000 fotocópias de Paulo Portas;
- Tudo pouca coisa para 3 – três – 3 anos no Governo;
 
A resposta à pergunta de António Pires de Lima, pode ser encontrada hoje em editorial no Público, assinado por Paulo Pereira (sem link):
 
“O CDS-PP tem sido uma máquina de pedidos de esclarecimento ao Governo sobre tudo o que mexe na governação, desde a reorganização das forças armadas à acção da ASAE, do funcionamento dos tribunais administrativos à linha Porto-Vigo de alta velocidade ou à avaliação dos professores – isto para falar apenas das últimas duas semanas.
Compreende-se a necessidade de fazer prova de vida, umas vezes com razão e outras sem ela.
Mas será este o mais nobre serviço que o CDS e Paulo Portas podem neste momento, prestar ao país, à democracia e a um exercício digno da actividade política? Não, não é.
Em vez de pedir explicações duas vezes por dia, o CDS e o seu líder deviam dar explicações sobre a sua passagem pelo Governo, que assume um carácter cada vez mais trágico para os interesses do Estado, com uma invulgar acumulação de casos graves em tão curto espaço de tempo.
(…)
Quando ao CDS e a Paulo Portas, da próxima vez que vier pedir explicações de dedo em riste deve reflectir se não deve ser ele a dá-las.”
 
Ou seja, senhor António Pires de Lima, num ponto a sua análise coincide com a do resto dos portugueses, o CDS é um partido de formiguinhas. De formiguinhas que passaram os três verões de Governo a amealhar, directamente para as suas contas bancárias, e a tratar da vidinha. Mas fica por aí a analogia. A ideia que passa agora é, a de um partido de uma só cigarra. Canta, canta, canta, mas não alegra. A oposição da formiguinha travestida de cigarra vale o que vale: nada. E o Inverno vai ser longo…
 
(Imagem roubada no Histórias da Carochinha)