"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
Estamos todos lembrados; todos temos bem presente, os rescaldos eleitorais na Soeiro Pereira Gomes.
Por mais baixo que seja o score; maior que seja a derrota, a análise passa sempre por «um resultado notável, um sinal de esperança» para os trabalhadores, que consagram as propostas do PCP como a única verdadeira política de «mudança» por contraponto aos outros partidos políticos que se limitam a «gerir o que existe e a propor mudanças sem sair, precisamente, do que já existe ou foi tentado»; ou ainda o PCP «revelou-se» um partido fundamental da democracia portuguesa e que «mais atenção mediática logrou, conseguindo arregimentar muitos mais votos» por via da justa luta travada nas ruas e nas fábricas.
Pois bem, lá n’América também há derrotas, perdão, vitórias “à PC”.
Engraçada esta complacência para com Luísa Mesquita, agora que se adivinham sanções disciplinares pelo PCP. Nas entrevistas, nas reportagens, nos comentários, tudo muito solidário, tudo muito combalido, tudo muito compungido. Tudo, aliás, o que Luísa Mesquita não demonstrou aquando das purgas que a antecederam. É por isso que tarda – e tarda muito – a pergunta a la Baptista Bastos: onde é que você estava quando dezenas de militantes foram saneados?”