A caixa do Comissário Nogueira
A CGTP e UGT já vieram exigir "tratamento igual ao dos professores para toda a função pública"; os "militares também querem solução idêntica à dos professores para contagem integral"; agora já não há desculpas, "dizem os polícias marítimos"; e os enfermeiros saíram a acusar o PSD e o CDS de "preferirem professores a outros profissionais". E ainda nem sequer 24 horas são passadas sobre a aprovação pelo Parlamento da contagem integral do tempo de serviço dos professores. De fora só os trabalhadores do privado, sem sindicatos que lhes passem cartucho ou liguem peva, com os seus 9A 4M e 2D de cortes salariais, sem progressões na carreira e sem progressões na carreira só porque sim, aqueles que tiveram a sorte de não ir bater com o lombo no desemprego, com ou sem subsídio, aqueles que tiveram meses de salários em atraso, aqueles que viram a falência das empresas de uma vida de trabalho; aqueles que entregaram a casa ao banco, aqueles que foram para a emigração.
Pandora tinha uma Caixa que depois de aberta deixou escapar todos os males do mundo excepto um, a esperança. A esperança de que, como o que foi aprovado não aumenta num cêntimo que seja o encargo para o Orçamento do Estado, ler o dinheiro dos contribuintes, toda esta gente do funcionalismo público e da administração do Estado, que vive numa realidade paralela à dos seus co-cidadãos, venha a ser paga em notas de Monopólio.
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