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DER TERRORIST

"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.

||| A perestroika e glasnost laranja

por josé simões, em 13.07.14

 

 

 

No partido onde um deputado é deputado porque o pai foi deputado e o avô já era deputado, ainda no tempo em que não havia deputados; no partido onde o jovem empresário tem 50 anos de idade e é filho do empresário, o velho, que já era empresário porque o avô também o era; no partido onde o "pioneiro" jota vai trabalhar para a empresa, para o banco [e não é atrás do balcão a receber depósitos e pagar cheques], ou estagiar para o escritório de advogados por causa do mérito e das competências adquiridas pela militância na jota; no partido do chamar a troika para justificar a transferência da dívida pública do sector privado para o sector público, porque um sector bancário limpo e saudável é essencial ao bom desempenho da economia e porque o investimento feito pela banca privada na partido e na formação de "pioneiros", com responsabilidade e "sentido de Estado", há-de um dia dar frutos, para a banca e para os próprios, no regresso a um emprego, de prestígio e bem remunerado, depois de acabada a comissão de serviço na administração da cousa pública :

 

"Cada vez mais os bancos olham ao mérito dos projectos e aqueles que não olham pagam um preço por isso. As empresas que olham mais aos amigos do que à competência pagam um preço por isso, mas esse preço não pode ser imposto à sociedade como um todo e muito menos aos contribuintes"

 

 "que a democracia chegue à nossa economia e que haja verdadeiras oportunidades para todos, então não deveria contar ser filho de A ou de B quando se trata de bater à porta do banco para obter o empréstimo"

 

Dizer uma coisa e fazer o seu contrário, a saga continua. Ou então é alguma perestroika e glasnost laranja e continua a escapar-nos estarmos na presença de um Mikhail Gorbatchev lusitano.

 

 

 

 

 

 

||| "Quando o pão que comes sabe a merda"

por josé simões, em 25.04.14

 

 

 

Um tédio até àquele momento em que o senhor que denunciou o sogro à PIDE, enquanto sublinhava estar perfeitamente integrado no regime, falar em consenso e começar a avisar qualquer coisa para depois escrever no prefácio que avisou qualquer coisa.

 

[Imagem]

 

 

 

 

 

 

||| 40 Anos. Parabéns

por josé simões, em 25.04.14

 

 

 

[Imagem fanada no insta coise do Ai Weiwei, que nunca mais vê chegar o "25 de Abril"]

 

 

 

 

 

 

||| O poder das marcas

por josé simões, em 13.02.14

 

 

 

O princípio é sempre o mesmo. Não há dinheiro para a educação? As escolas e as universidades que façam parcerias com "as marcas". Mão há dinheiro para a saúde? Os hospitais que façam parcerias com "as marcas". Não há dinheiro para a investigação? Façam parcerias com "as marcas". E depois, com "as marcas" dentro do campus, dentro dos hospitais, dentro dos centros de investigação, se "as marcas" quiserem ditar as políticas educativas, as políticas de saúde, o que deve ou não deve ser investigado, isso é lá com "as marcas", assim como é de "as marcas" o dinheiro que financia e patrocina as escolas, as universidades, os hospitais, os centros de investigação, já que ao Estado, pela ausência, cabe a função de facilitador de negócios, às "as marcas".

 

Que a senhora presidente da Assembleia da República queira estender estes mui liberais princípios a um órgão de soberania, eleito pelo voto popular, não devia estranhar a ninguém, afinal é só mais um personagem da tralha cavaquista, saída das listas dos liberais que são social-democratas/ dos social-democratas que são liberais [riscar o que não interessar], com a reforma patrocinada pela marca "Contribuinte" e a tentar fazer com a casa da democracia o que o Governo, suportado pela bancada parlamentar de onde saiu, faz com o país.

 

«A presidente da Assembleia da República, Assunção Esteves, colocou em cima da mesa a hipótese de recorrer ao mecenato (patrocínio) para suportar os custos financeiros de algumas iniciativas para assinalar o próximo 25 de Abril.»