"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
a democracia é precisamente o regime onde posições abjectas podem ser defendidas , da castração química de pedófilos às 35 horas de trabalho na função pública
João Miguel Tavares, ex-comissário Marcelista para o Dia da Raça em Portalegre, na avença diária no Público.
Se o aumento do horário de trabalho para as 40 horas semanais não deu azo a despedimentos na Serviço Nacional de Saúde, em geral, e na classe dos enfermeiros, em particular, porque é que com o regresso às 35 horas semanais vai ser necessário contratar mais 1 500 enfermeiros e 800 auxiliares?
Que o ministro da Saúde diga que a carga horária é excessiva, que as equipas estão desfalcadas e que há um défice de profissionais de enfermagem no Serviço Nacional de Saúde ainda se aceita, por ser verdade e por estar por demais provado e, se calhar, era melhor o excelentíssimo ser assessorado por um profissional de comunicação que lhe ensine como as coisas devem ser ditas e explicadas porque isto assim soa a "mais despesismo socialista pago pelo contribuinte".
Alguém devia aconselhar António Costa sobre o que deve ou não deve dizer em entrevistas ou em eventos com o microfone aberto para que um dia mais tarde não tenha de vir dar o dito por não dito num aqueles golpes de rins famosos nos políticos e que fazem os políticos famosos e que têm em Paulo Portas o expoente máximo, ou ter de recorrer ao chavão de que o relatório não é a Bíblia nem os economistas do relatório são os apóstolos e ter de explicar aos outros todos, os portugueses que trabalham, oficialmente, as 40 horas diárias no sector privado, com as extras não remuneradas nem descansadas compensatoriamente, que a reposição se enquadra no que está “previsto no relatório que nos foi apresentado pelos economistas”, ou pior ainda, começar já a ganhar anti-corpos ainda a campanha eleitoral não saiu do adro.