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DER TERRORIST

"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.

Momento histórico e único

por josé simões, em 25.11.24

 

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O dia em que o Presidente Ramalho Eanes com a sua provecta idade deu consigo ao balcão de uma taberna.

 

[Imagem de autor desconhecido]

 

 

 

 

Dois vinte e cinco não fazem um cinquenta

por josé simões, em 25.11.24

 

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No dia 25 de Abril de 1974 as ruas de Lisboa estavam entupidas de povo, do dia 25 de Novembro de 1975 estava toda a gente fechada em casa de norte a sul do país.

No dia 26 de Abril de 1974 o Governo era outro e os governantes que não tinham fugido estavam presos, no dia 26 de Novembro de 1975 o Governo era o mesmo e a única diferença que as pessoas notaram no seu dia-a-dia foi deixarem de se ver militares guedelhudos nas ruas.

 

Restituição da liberdade e da democracia my ass.

 

 

 

 

25 de Novembro

por josé simões, em 25.11.23

 

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[Imagem de autor desconhecido]

 

 

 

 

Comemorar o 25 de Novembro

por josé simões, em 23.11.23

 

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[Arquivo do Diário de Lisboa]

 

 

 

 

Direita, democracia e liberdade, lol

por josé simões, em 21.11.23

 

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Para assinalar o 25 de Novembro, esse dia lindo e maravilhoso que segundo a direita foi tão ou mais importante que o 25 de Abril na restituição da liberdade e da democracia ao povo português, a câmara de Lisboa convida José Miguel Júdice, o tal que nos idos do fascismo liderava um bando que considerava Marcello Caetano um perigoso esquerdista enquanto se entretinha a "incendiar Coimbra" e que, derrubada a ditadura, integrou uma organização terrorista ao lado do camarada chegano Pacheco Amorim, para debate moderado pela moderada Helena Matos, que já o 25 de Abril ia alto foi para o alto da Sierra de Estrela, a Maestra tuga, de armas na mão "combater os activistas burgueses, contra-revolucionários, que queriam instaurar um regime democrático em Portugal", agora escriba no online da direita radical, o Observador, palco de alucinados que fazem o Milei argentino parecer um tipo sensato, frente ao Álvaro, que em beleza podia ser militante do PSD mas agora que está no PS deixa-me [ele] estar. "Excelente iniciativa de @Moedas", deixa no Twitter Paulo Pinto Mascarenhas, ex dirigente do malogrado CDS e adjunto de gabinete de Paulo Portas nos idos em que andou a ministeriar pela Defesa e pelo Mar. "Espetáaaaaclooo!", parafraseando "o gordo" do Preço Certo.

 

 

 

 

O Verdadeiro Artista

por josé simões, em 06.04.22

 

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Ana Gomes, que entre Abril de 1974 e Janeiro de 1976 estava no MRPP ao lado de Durão Barroso [na imagem] diz no Twitter que "Celebrar o #25Novembro [ocorrido em 1975] é também celebrar o #25Abril. Diz quem, como eu, o viveu activamente. Ao lado do @psocialista de Mário Soares. @padaoesilva [Pedro Adão e Silva] ainda nem gatinharia, mas não devia distorcer a História. Aquele dia não dividiu: de facto uniu todos os que queriam #Democracia."

 

1974 + 1975 + 1976 = "distorcer a história".

 

[Link na imagem]

 

 

 

 

Não ter a puta da vergonha na cara é isto

por josé simões, em 25.11.20

 

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16h – Após ter contactado Álvaro Cunhal e a Intersindical Nacional, o Presidente da República obtém do PCP a confirmação de que não mobilizaria os seus militantes para qualquer acção de rua.

 

O oficial spinolista António Ramos, insuspeito de esquerdismo, confirmou que, no 25 de Novembro, terá havido diversas “cascas de banana” lançadas à extrema-esquerda, que nelas caiu. [...] Afirmou que o PCP não participou na “intentona”, que, por isso mesmo, fracassou, pois faltara a “máquina de informações” comunista.

 

No dia em que "o comunismo foi dominado e o 25 de Abril finalmente cumprido", segundo a narrativa da direita radical, por tropas que previamente juraram fidelidade à cadeia de comando e ao Presidente da República, general Costa Gomes, suspeito de simpatias pelo PCP. E no dia em que a direita radical conseguir explicar isto sem rococós e realidades alternativas vai ser um grande dia.

 

Depois de uma aliança com o Chaga para a governação nos Açores, o cartaz da juventude do Chaga da JSD para assinalar o 25 de Novembro. Não ter a puta da vergonha na cara é isto.

 

 

 

 

O regresso dos palermas ou "25 de Abril Sempre!"

por josé simões, em 24.11.19

 

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"Comunismo nunca mais!" uma frase que não posso gritar. Lamento. Nunca vivi sob um regime comunista, não sei o que isso é. Do marcelismo fascista lembro-me, era puto mas lembro-me. Lembro-me de familiares presos e torturados por reivindicarem coisas tão banais como a liberdade de expressão e de associação, lembro-me dos meus pais a ouvirem rádios estrangeiras à socapa, com o som muito baixinho dentro da própria casa. Lembro-me dos homens de plantão 24 sobre 24 horas na porta da rua, semanas seguidas, só porque o pai acompanhou o Vitória de Setúbal na Taça UEFA com o Spartak de Moscovo, "lá está ele", dizia a mãe depois de espreitar por detrás do cortinado. Tinha estado com os russos era comunista merecedor de vigilância, a lógica da PIDE. Lembro-me das cargas da GNR a cavalo no 1.º de Maio na "Ladeira das Fontainhas", a rua das conserveiras em Setúbal. Lembro-me dos tiros disparados contra as varinas vestidas de preto e de tamancos, em dias de greve pelo aumento de 2 tostões, "hoje não vais brincar para a rua", dizia a mãe. Lembro-me da fome e da miséria no Bairro Santos Nicolau do ir ao mar antes da moda do peixe assado no carvão ao preço dos olhos da cara, e lembro-me de ser o único a usar sapatos na turma de filhos de pescadores e de varinas das fábricas, na "escola do Sousa" ao lado do agora Rei do Choco Frito, à época uma taberna de chão de areia, calcetada a caricas de gasosa AUA para traçar tintos goelas abaixo, nas bocas de cigarros Três Vintes, Quentuques [de Kentucky] e Definitivos. Descalço o ano todo quando o Inverno ainda não tinha morrido às mãos das alterações climáticas. Os mais afortunados usavam chinelos de enfiar no dedo, se fosse hoje era bué chic, usavam Havaianas. Lembro-me dos funerais no cemitério da Nossa Senhora da Piedade dos soldados mortos na Guerra Colonial, com as salvas de G3 pelo pelotão formado no meio da rua, trânsito cortado, e as varinas que andavam sempre de luto, o luto eterno porque morria sempre algum familiar e o luto nunca acabava, a chorarem atrás do caixão que ninguém abria. Lembro-me das bolas de futebol caídas no quintal da PIDE, frente onde é hoje a sede do PSD ao Bairro Salgado, do tempo de jogar à bola na rua, tocarmos à campainha "olhe, se faz favor, a bola caiu no quintal" e do PIDE regressar de sorriso de orelha a orelha com a bola rasgada à navalhada na mão "toma lá". O tempo dos filhos da puta. Lembro-me do dia das matrículas, e das carradas de folhas que era preciso entregar, a mãe preencher as minhas e ainda mais algumas de colegas meus que depois eram assinadas "com o dedo" pelas respectivas mães. Lembro-me dos meus amigos que, terminada a 4.ª Classe, foram para o mar com o pai ou ser servente numa qualquer profissão, que sempre era melhor futuro que andar ao sabor das marés. Lembro-me dos rapazes para um lado e raparigas para outro na escola, e lembro-me do padre de Moral e Religião, avesso a Jaroslav Hasek, que distribuía carolada pela turma como se não houvesse amanhã, e que andou depois a distribuir propaganda do CDS. E não me esquecendo disto mas não conseguindo lembrar-me de outras memórias mais dolorosas, por mais que me esforce, é um mecanismo de defesa do cérebro, dizem, reparo que de cada vez que os suadosistas querem desvalorizar a importância do 25 de Abril aparece sempre uma palhaçada qualquer a evocar o 25 de Novembro. Portanto, 25 de Abril Sempre, Fascismo Nunca Mais!

 

[Imagem]

 

 

 

 

Na próxima legislatura depois a gente fala, II

por josé simões, em 19.11.19

 

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O Chega apresentou um projeto de resolução, na Assembleia da República, a “recomendar ao Governo que proceda à instauração de uma celebração solene do 25 de novembro”. O objetivo do partido liderado por André Ventura é que seja dada a esta data a mesma dignidade do 25 de Abril.

 

"Sobre a grande novidade de se pedirem comemorações oficiais do #25denovembro
Há muitos e muitos anos que o CDS as pede. A memória é que é curta.". Nuno Melo no Twitter

 

Na próxima legislatura depois a gente fala, Capítulo I.

 

[Na imagem a estátua que em 25 de Novembro de 2009 o 31 da Armada ergueu a Jaime Neves]

 

 

 

 

O karma é tramado...

por josé simões, em 25.11.18

 

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Mais um ano com a direita radical a celebrar o dia em que o comunista Álvaro Cunhal ordenou aos militantes do PCP que ficassem quietinhos em casa e não se misturassem com os radicais "m-l", futuros militantes do PSD, alguns, de forma a evitar um banho de sangue e o país trucidado por uma guerra civil. O karma é tramado...

 

[Imagem]

 

 

 

 

||| Dia de S. Jaime

por josé simões, em 04.11.15

 

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[Por ordem cronológica]


- Dia do Corpo de Deus, fora.


- Implantação da República, fora.


- Dia de Todos os Santos, fora.


- Restauração da Independência, fora.


Evocação do 25 de Novembro a propósito dos 40 anos da data, e dos 41 anos e dos 42 anos e dos 43 anos e dos 44 anos e dos 45 anos e anos por aí fora, e 27 de Janeiro de todos os anos, dia da morte de S. Jaime, morte morrida de causas naturais na luta contra o comunismo, Santo Condestável da Nação, Beato Jaime de Santa Maria. É a direita tradicionalista e patriótica que temos. A bem da Nação. Tudo pela Nação, nada contra a Nação. Amém.

 

 

 

 

||| O dia 25 de Novembro de 1975 no dia 25 de Novembro de 2013

por josé simões, em 25.11.13

 

 

 

Explicado às criancinhas e a outros analfabetos, com um mural do MRPP do "dia 26 de Novembro de 1975".

 

A transição dos fiéis escudeiros de Mao, o maior genocída da história da humanidade [ao pé dele Pol Pot era um menino escuteiro], para a democracia, directamente, "sem passar pela casa de partida" e sem que na consciência lhes pese a cúmplicidade, sempre prontos a adjectivar todos os que pensam de modo diferente de "socialistas", "estalinistas" [oh ironia!] e, crime grave, de "keynesianos"; os actores políticos em lugares chave da governação, departamentos de Estado e instituições públicas, empresas públicas e empresas privadas, o que realmente importa reter está aqui tudo condensado.

 

A verdadeira homenagem a fazer no dia 25 de Novembro não é a homenagem a Ramalho Eanes e a Jaime 'Busca! Busca! Ataca! Ataca!' Neves, não. A homenagem a fazer no dia 25 de Novembro é a Arnaldo Matos, o grande educador do neo-liberalismo. Já merecia medalha ou comenda no Dia da Raça.

 

[Imagem]

 

 

 

 

 

 

|| Naomi Klein revisitada

por josé simões, em 25.11.10

 

 

 

 

 

 

Um hipermercado, símbolo máximo do capitalismo consumista, abre ao público a 25 de Novembro, no Barreiro ex-vila piloto da industrialização portuguesa, bastião da resistência operária, do sindicalismo reivindicativo e do Partido Comunista.

 

O poder das marcas e o capitalismo e o mundo gira e o capitalismo gira com ele e o caralho.

 

(Na imagem “Os 3 da Vida Airada”, o resto fica ao vosso critério)

 

 

 

 

 

 

|| O Verdadeiro Artista

por josé simões, em 27.11.09

 

 

 

«essa instituição iraniana chamada Conselho da Revolução»

 

Se a memória não me falha o Conselho da Revolução foi instituído em 1975 e a Revolução Iraniana é de 1979…

 

Adenda: a direita mais do que não ter sido convidada para a Revolução de Abril, auto-excluiu-se; a direita não comemora a instituição da democracia e do parlamentarismo com o 25 de Novembro, celebra a derrota do esquerdismo e o regresso da”ordem”; o que é “ligeiramente” diferente.

 

(Na imagem cartaz de circo da Rússia Soviética)

 

 

 

"Um Clima de Terror"

por josé simões, em 08.12.08

 

Excerto da entrevista a Pires Veloso, o vice-tolo vice-rei do Norte a propósito lançamento do seu livro de memórias Vice-Rei do Norte:

 

Pergunta: Na altura dizia-se que a norte estava a extrema-direita e que havia o perigo da contra-revolução. Esse perigo nunca existiu?

 

Resposta: Para mim, isso foi tudo inventado. Diziam que havia uma Maria da Fonte, e o cónego Melo, e tal. (…). O que havia era um clima de terror. As pessoas tinham de vir para a rua dizer que eram de esquerda, por medo.

 

As imagens falam por si:

 

(Ao minuto 1:08 é possível ver um dos homens do vice-tolo vice-rei, de arma na mão, a proteger quem foi obrigado a vir para a rua dizer que era de esquerda)