In Memoriam
Diniz de Almeida
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Diniz de Almeida
[Na imagem aquele que provavelmente é o graffiti político mais antigo da cidade de Setúbal, surgido logo na manhã do dia 26 na parede da então fábrica de conservas 1º. de Março à Rua Camilo Castelo Branco]
"O Presidente da República vai condecorar Fernando Salgueiro Maia com a Ordem do Infante D. Henrique"
[Cartaz de João Abel Manta]
[Imagem de Eduardo Gageiro]
As Vozes do 25 de Abril
As gravações das comunicações ao país do Movimento das Forças Armadas a partir do Rádio Clube Português no dia 25 de Abril de 1974.
As gravações das comunicações militares entre os regimentos.
As reportagens na rua:
Largo Do Carmo – reportagem de rua e saída de Marcelo Caetano.
Manifestação na Rua do Ouro.
Manifestação junto à sede da PIDE.
O assalto, as rajadas de metralhadora e o primeiro morto.
Proclamação do Movimento das Forças Armadas.
Chegada à prisão de Caxias e libertação dos presos políticos.
A primeira entrevista com Mário Soares no Entroncamento.
A primeira conferência de imprensa de Álvaro Cunhal.
Reportagem do primeiro 1.º de Maio.
Vozes: Joaquim Furtado, Luís Filipe Costa, Eugénio Corte Real, Jaime Fernandes, Alfredo Alvela, Fernando Pires, General Luz Cunha, Brigadeiro Junqueira dos Reis, Major Costa Neves, Manuel Alegre.
[LP, duplo vinyl]
O ministro da Defesa, Aguiar-Branco, respeita alguns [não sublinhou mas está lá, "alguns"] protagonistas do 25 de Abril de 1974, "mais por aquilo que fizeram" – depois de uma revolução entregar de livre vontade e de mão beijada a poder à sociedade civil, permitindo aos Aguiar-Brancos deste país engordar à custa dos negócios com o Estado e à sombra do Estado, negócios que os Aguiar-Brancos deste país teriam sempre feito sem o 25 de Abril, nas fileiras da União Nacional ou da "ala liberal" da União Nacional, o que quer que isso signifique e que era o percurso natural de ascensão na casta, "do que por aquilo que agora dizem", que é que os Aguiar-Brancos deste país se aproveitaram do 25 de Abril para engordar à custa dos negócios com o Estado e à sombra do Estado, com isso subvertendo o espírito da revolução e, numa acto de contorcionismo digo de uma medalha olímpica, acusar o Estado de despesista e tentacular e ainda passar culpas aos sobreviventes dos tostões contados com a acusação de viverem acima das suas possibilidades..
Aguiar-Branco não sei quem o respeita, pelo que fez e faz e pelo que diz. Até pode ser que sim, mas é mais respeitinho do que respeito. O respeitinho por causa das engordas e dos negócios com o Estado e à sombra do Estado.
[Imagem]
Grândola Vila Morena – José Afonso
[7” vinyl]
e depois do adeus – Paulo
[7” vinyl]
A Internacional – GAC, Vozes na Luta
[7” vinyl]
OIT, Festival Ibero Americano
Amor Sem Palavras – Paulo de Carvalho
Amélia Dos Olhos Doces – Carlos Mendes
[7” vinyl]
Aos Amores – Sérgio Godinho
[LP, vinyl]
À pergunta «Qual é a figura que na sua opinião marcou o 25 de Abril?» responde o General Spínola, não por ter sido o primeiro militar a atentar contra o 25 de Abril e a tentar subverter o seu espírito e impedir aplicação completa do programa do MFA; não por ter estado por detrás da tentativa de golpe de Estado em 11 de Março e por isso ter sido o principal responsável por tudo o que se lhe seguiu, - a radicalização da ala esquerda do MFA, Vasco Gonçalves, as nacionalizações [o tema querido da direita quando não tem mais nada para dizer], o PREC; não por ter sido o mentor da inventona da Maioria Silenciosa a 28 de Setembro; não por ter presidido à organização terrorista MDLP; não por ter sido o primeiro militar a boicotar a descolonização [outro tema querido da direita quando não tem mais nada para dizer e quando há que passar culpas ao 25 de Abril, em geral, e a Mário Soares, em particular]; não por ter sido o militar que irresponsavelmente patrocinou uma golpada em Moçambique «na tentativa de impedir a promulgação dos Acordos de Lusaka, na mesma data assinados pela FRELIMO e pelo governo português» e responsável pelos massacres e pelos mortos que se lhe seguiram, pelos ódios acirrados que ainda hoje, 40 anos passados, perduram. Não. Por «o marechal Spínola e a importância que teve o livro Portugal e o Futuro. Não porque o tivesse lido na altura, mas porque ouvira falar muito do livro que vinha aí…», com reticências e tudo.
À pergunta «O que falta mudar?» o líder partidário há mais tempo no activo em Portugal, talvez apostado em bater o recorde do “doutor Salazar” como se refere, com voz trémula de respeito ao velho de Santa Comba, responde que, «por exemplo, falta modernidade ao sistema político».
Como diria Pinheiro de Azevedo, General de Abril, democrata-cristão e com simpatias na direita saudosista do General Spínola, do Portugal do Minho a Timor e de quando as pessoas não viviam acima das suas possibilidades: Bardamerda!
[Imagem]
traz outro amigo também – José Afonso
[LP, vinyl]